De repente, não mais que de repente, os petistas começaram um a um a dizer que apoiam a CPI do INSS. Na verdade, CPMI (o M é de mista, ou seja, com deputados e senadores). O líder do PT no Senado, Rogério Carvalho. O senador Jaques Wagner. Até o novo ministro da Previdência, Wolney Queiroz – que ficou no lugar do Lupi – disse que quer CPMI.
Mas o que mudou? Se não pode com eles, junte-se a eles. E começou o éNoiteNaCidade de hoje.
Vocês sabem que Alcolumbre, a estrela de Davi que manda no Senado, viajou com Lula para a Rússia e a China, né?
Inclusive, ele foi o puxador de palmas quando Lula saiu em defesa da Janja, dizendo que ela não era cidadã de segunda classe e, por isso, tinha se posicionado em um jantar com Xi Jinping (aquela história do TikTok). Pois bem, a CPI está nas mãos de Alcolumbre e não há muito o que ele possa fazer para evitar o rolê.
Pelas regras do Senado, se o pedido de CPI é protocolado com um número de votos suficientes, cabe ao presidente do Senado apenas ler o pedido em plenário e pronto: ela está instalada. E a CPI do INSS já foi protocolada.
Alcolumbre até pode adiar a leitura, mas não indefinidamente. Então, eles devem ter chegado à conclusão de que é melhor aceitar e tentar direcionar a CPI. Ou seja, vão escolher relator, presidente da comissão e assim direcionar a investigação.
O que o governo tem contra ele? Os descontos explodiram durante sua gestão e eles deixaram a boiada passar durante dois anos.
O que o governo tem a seu favor? Os desvios começaram no governo Bolsonaro, a maioria das associações que descontaram indevidamente o salário dos aposentados foram cadastradas durante o governo Bolsonaro, e a investigação foi toda feita pelo governo Lula.
Investigue-se
O próprio Bolsonaro deu a entender ontem, durante entrevista ao UOL, que pode ser que tenha acontecido alguma coisa errada durante sua gestão e defendeu que os culpados sejam responsabilizados. No seu governo, o Ministério da Previdência, que administra o INSS, era apenas uma secretaria do ministro Paulo Guedes. Um dos secretários foi Rogério Marinho (hoje senador, e que já disse que tem que investigar sim).
Sobrou até para o Moro
Só sei que a coisa pode sobrar até para o Moro, o Serginho. Sim, darling, Wolney – o ministro da Previdência – foi hoje a uma comissão do Senado e perguntou para o Moro por que ele não fez nada. O Moro foi ministro da Justiça de Bolsonaro e, já naquela época, havia denúncias de problemas.
Só sei o que todos sabemos: que todo mundo sabe como começa uma CPI, mas não sabe como termina. Se escolherem os personagens certos, como foi feito na CPI da Covid, vira BBB.
O TikTok
E por falar em BBB, a história do TikTok rendeu. A empresa mandou uma cartinha para o Itamaraty dizendo que ficou sabendo da treta no jantar dos presidentes e que está disposta a conversar, segundo relatou a Mônica Bergamo. Aí, ó: Xi Jinping não deixou Lula na mão.
A propósito, espalhou-se pela imprensa que foi o maior climão a viagem de volta da China. É que alguns poucos ministros, o Davi Alcolumbre e o Elmar Nascimento estavam na pequena comitiva que participou do jantar de Lula com o grandioso líder chinês. Um deles é que teve a “pachorra”, como disse Lula, de fazer o vazamento para a Andréia Sadi, da GloboNews.
O Rui Costa jura que não foi ele e que vem de “fogo amigo” as notas que dizem que ele é o vazador-geral da República. Suco de climão no Planalto, BRASEW.
Golpe armado
As mensagens de zap não param de vazar. Aquelas da investigação do golpe e que ainda não tinham vindo à tona. Em uma das trocas de mensagens, tem até um áudio do policial federal Wladimir Soares (que foi denunciado pela procuradoria) em que ele relata que fazia parte de uma equipe de operações especiais armada (sim, armada) para defender o presidente Bolsonaro e para impedir que Lula assumisse. Vai vendo, BRASEW.
E, nas mensagens, ele ainda diz que não rolou a tal operação especial porque faltou uma canetada de Bolsonaro (por conta de que os comandantes das Forças Armadas deram para trás).
Vai ou não vai
A defesa de Bolsonaro e de outros réus do chamado núcleo dos líderes do golpe pediu para o Supremo adiar o início dos depoimentos previstos para a próxima semana. Eles alegam que não têm como se preparar para as oitivas, já que o material completo recolhido pela polícia (milhares e milhares de mensagens) só foi liberado ontem à noite. Enfim, agora é com Xandão.
O Dino só fala disso
O supremo Dino não perde uma oportunidade para falar da “tragédia do INSS” em seus votos, mesmo em casos que não têm a ver com o INSS.
Hoje, em uma sessão sobre ação que discute pagamento aos advogados em ações coletivas que tenham sido aprovadas sem a concordância dos trabalhadores representados por sindicato, ele aproveitou para dizer que a “essas alturas temos fartos indícios de um consórcio deletério em que entidades representativas se voltaram contra seus representados, em um aparente conluio com agentes públicos”.
Em bom português, o ministro supremo diz que há sinais claros de que algumas entidades estão traindo quem deveriam defender, em parceria com autoridades públicas. (Dino já foi ministro da Justiça também. Just saying.)

E lá vai a Zambelli
O Supremo agora decidiu a pena de Carla Carambina Zambelli por ordenar que um hacker inserisse documentos falsos no sistema do Conselho Nacional de Justiça. Dez anos de prisão. E aí o que ela fez? Chamou a imprensa e, lá pelas tantas, um assessor entregou três comprimidos a ela. E aí ela contou que está muito doente e vai pedir prisão domiciliar. Ah, vá??? Parece a Virgínia de moletom, sem maquiagem e de óculos na CPI.
Mas Zambelli garante que já tem aliados suficientes para conseguir a suspensão da ação penal, como a que foi feita com Ramagem.
É isso, BRASEW, vou ali tomar uns remedinhos e volto amanhã.
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