Os deputados motinados, grevistas, revoltosos de agosto, vítimas ou golpistas do 8 de janeiro de terno — como preferir chamá-los — conseguiram deixar claro que Huguito Motta não é assim tão dono da Câmara frigorífica. Coube a Arthurzito — sim, Lira is totalmente back — dar fim ao golpe. Motta, numa tentativa de manter o gel no cabelo, declarou que Arthurzito, de fato, ajudou no diálogo: “Isso não me diminui, não diminui a Casa”. Claro, claro.
O filme de Huguito começou a queimar quando resolveu não estar em Brasília bem no primeiro dia de Congresso pós-prisão de Bolsonaro. Até o cachorro do vizinho sabia que ia dar treta. Aí teve que voltar às pressas da Paraíba, mas já tinha perdido o controle. Para retomar a presidência da Câmara e fazer a Casa voltar a funcionar, ameaçou chamar a polícia legislativa e punir os motinados. Mas, no fim, foi Arthurzito que fez o acordo e mandou todo mundo sair da mesa e deixar Motta sentar.
Hoje, Motta já até falou que vai ver imagens para decidir quem vai punir. Mas ficou parecendo que só vai punir — se punir — quem não saiu da sua cadeira depois do tal acordo e o deixou seis longos minutos esperando para retomá-la, no meio da confusão toda. Um dos que não saiu da cadeira foi o deputado Van Hallem (é Van Hattem, Tixa), que já arrumou a desculpa perfeita: “Eu não sabia que já tinha acordo”.
E que acordo é esse? Um acordo que estão dizendo que Huguito sequer sabia o teor. E o teor, basicamente, é revisar o foro privilegiado (agora ninguém mais quer ser julgado pelo Supremo), anistia, essas coisas.
O líder do PL, Sóstenes Cavalcanti, foi pedir perdão para Huguito hoje por coisas que teria dito no private. E também revelou que, de fato, não fizeram acordo com Hugo, mas com os líderes. Hmmm… sei não. Sóstenes pediu perdão ou quis mostrar que Huguito está completamente por fora do que aconteceu na Casa que ele deveria comandar?
Nota nada aleatória: como bem notou Josias de Sousa, o centrão foi lá como quem não quer nada, usou os bolsonaristas motinados e apoiou o fim do foro privilegiado. Por quê? Porque estão com dez milhões de processos por conta de desvios de aplicação de dinheiro público nas emendas parlamentares correndo no Supremo e, daí, se tudo cair para a primeira instância, sabe como é, né? Leva uns 20 anos, com a possibilidade de mil recursos, os casos prescrevem e a gente que lute pelo nosso dinheiro.
Sobre o Dudu
Huguito Motta disse em entrevista ao Metrópoles que é difícil manter o mandato de Eduardo Bolsonaro com ele estando nos Estados Unidos. Juridicamente, o melhor cenário para Dudu é justamente que Hugo Motta casse seu mandato, mas sem passar pelo Conselho de Ética. Se assim for feito, Dudu não perde os direitos eleitorais no próximo ano.
O jeitinho do Davi
Alcolumbre, Davi, que é a estrela-mor do Senado, andou dizendo em alto e bom som para todos os líderes partidários da Casa que não vai ter impeachment de Xandão nem se todos os senadores assinarem o pedido para abrir processo. Viu? Não vai ter impeachment de Xandão. Nem que a vaca tussa. Ao todo, 41 senadores assinaram o pedido para abertura do processo. E Davi mandou essa daí.
Mas, se foi tigrão para dizer que não vai ter impeachment, está mais para tchutchuca com os revoltosos de agosto. Não vai ter punição para os senadores que paralisaram as atividades por dois dias com a pauta do impeachment. Hoje, Magno Malta — que, num gesto de bravura versão TikTok, se acorrentou à mesa diretora do Senado — foi pedir desculpas para Davizito. Que gente educada, né? Fico impressed.
Votaram
E o Senado acabou votando hoje e aprovando o projeto para isenção do Imposto de Renda para quem ganha até dois salários mínimos. Mas este não é o projeto relatado por Arthurzito para isentar quem ganha até R$ 5 mil e que aumenta o imposto dos ricos. E, com a volta das atividades, na Câmara, os deputados aprovaram a Medida Provisória do INSS, que cria um novo programa para acelerar a análise e revisão dos benefícios do Instituto.

Ato falho
E o senador Rogério Marinho, que foi ministro de Bolsonaro, teve aquele ato falho: “Precisamos votar a anistia para depois voltar ao que interessa ao Brasil”. Isso, darling, porque a anistia só interessa ao Bolsonaro. As pesquisas, inclusive, mostram que não interessa mesmo ao Brasil, como bem pontuou o senador.
Tarifaço
Lula ligou para o primeiro-ministro da Índia. Falaram do tarifaço do Trump e disseram que vão fazer negócios. A Índia também ganhou os 50% de tarifa e, assim como o Brasil, faz parte dos BRICS — aquele bloco que está tirando os cabelos louros do Trump. Trump teme esse lance de que arrumem uma moeda alternativa ao dólar. Mas, daí, fica atacando todo mundo e fazendo com que se unam? É, darling, não tente mais entender este mundo porque não está fácil. Vou ali comprar um pão.
Mais uma ameaça
Caso Xandão não tivesse visto, a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil resolveu repostar a ameaça feita por um subsecretário de Diplomacia Pública dos EUA, Darren Beattie, que faz parte do Departamento de Estado americano: “Os aliados de Moraes no Judiciário e em outras esferas estão avisados para não apoiar nem facilitar a conduta de Moraes. Estamos monitorando a situação de perto.”
Isso é um apelo diplomático! Tá vendo, BRASEW? Melhor ir comprar um pão francês.
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