Marina Silva, que quase não vemos por aí neste governo Lula, saiu hoje dizendo que está em luto, mas vai continuar na luta contra o projeto ambiental que passou ontem no Senado. Passou a boiada que o Ricardo Salles tanto falou no governo Bolsonaro, BRASEW. E sim, já é governo Lula.

Basicamente, os parlamentares estão mudando a forma como se faz o licenciamento ambiental no país. Davi Alcolumbre, a estrela-mor do Senado, promoveu um ajuste que simplesmente permite que o governo libere licenciamento para projetos estruturantes. Sabe o petróleo da Foz do Amazonas? Poderia passar assim, fácil, sem precisar ficar esperando o que Lula chamou de lenga-lenga do Ibama.

O projeto agora vai para a Câmara. E a Marina que lute. Ela disse que vai conversar com os deputados (boa sorte — o agro quer o projeto e o agro é pop). E se não conseguir mudar nada, vai pedir para o Lula vetar alguns artigos.

“O projeto é um grande retrocesso”, disse Marina.

Não quero dizer nada, mas vai ser difícil convencer o Lula, companheira Marina. Hoje mesmo, Alcolumbre já mostrou seu valor ao governo. Adiou por um bom tempo o início da CPMI do INSS. Jogou para daqui a um mês a leitura do requerimento da comissão de investigação. E, a partir daí, a expectativa é que a CPI só comece mesmo depois do carnaval — digo, depois das férias de julho. (Tô querendo tirar férias em julho este ano também. Mais alguém?)

O governo quer tempo para se organizar para a CPI e conseguir os principais cargos da comissão, para com isso conseguir direcionar as investigações.

Mais um pacotinho

E teve pacotinho hoje do Haddad, nosso Fernandinho Cabelo (que já não é mais o mesmo). Ele bloqueou uns 30 bi do orçamento. A novidade é que quase 8 bi foram de emendas parlamentares (aquele dinheirinho que os parlamentares adoram). Junto, anunciou o aumento do IOF, que é o imposto sobre operações financeiras. Ficou mais caro comprar dólar, fazer empréstimos. O governo quer arrecadar uns 20 bi com a brincadeira.

Gilmar tuíteiro

Gilmar, comandante supremo, se manifestou hoje no X-Twitter sobre a possibilidade de Xandão ficar sem cartão de crédito por sanções americanas.

“A regulamentação das plataformas digitais e o estabelecimento de parâmetros para discursos odiosos constitui elemento basilar da soberania nacional para qualquer nação contemporânea.”

Anotado.

O governo do Trump está criticando Xandão por suspender perfis em redes sociais por tanto tempo.

Dudu 03

E o Valdemar Voldemort disse que Dudu vai voltar, lógico. “Tem que continuar o trabalho dele. Deve voltar quando vencer a licença de quatro meses.” Então tá.

O Jamil Chade noticiou que a liderança do PT vai pedir a prisão do Dudu por fazer lobby nos Estados Unidos contra o Xandão. Vai vendo a confusão, BRASEW.

Dilmita

O ex-mito quer, mas quem consegue é a Dilmita. Dilma agora é oficialmente uma anistiada política e com 100 mil reais no bolso. Ela ganhou o status por conta de ter sido perseguida e torturada pela ditadura militar.

E qual a diferença entre as duas anistias? A de Dilma é por reparação de crimes cometidos pelo Estado. A anistia a bolsonaristas é para dar perdão a crimes cometidos contra o Estado.

E o julgamento do golpe continua

Hoje foi a vez do general Arruda, o primeiro chefe do Exército do governo Lula. Ele garantiu que não negou a entrada da Polícia Militar nos acampamentos do quartel na noite do golpe. Disse que só queria que a coisa ficasse organizada.

Perguntado sobre ele ter dito ao interventor a frase “Minha tropa é maior que a sua”, em tom de ameaça, disse que não se lembra de ter dito isso. Mas afirmou que o clima estava exaltado.

Os advogados, ministros supremos e jornalistas que acompanham o julgamento (Xandão proibiu transmissão ou gravação) dizem que o procurador quase-amigo-geral da República mudou de postura. Andava meio soft e, por isso, o general Freire Gomes teria amenizado os acontecimentos em favor de Bolsonaro.

E nesta sexta tem mais depoimento, e o Xandão negou o pedido do comandante da Marinha, Marcos Sampaio Olsen, que queria se livrar do testemunho. O comandante é testemunha do almirante Almir Garnier (que está em maus lençóis por ter botado seus fuzileiros à disposição do Bolsonaro). Olsen tentou alegar que não tinha nada a dizer, mas Xandão disse que vai ter que testemunhar sim — e a própria defesa do almirante insistiu no depoimento.

E Xandão trabalhou bastante hoje. Ele também negou o pedido de liberdade do general Walter Braga Netto, que está preso desde dezembro.

E a liberdade?

E a grande novidade mesmo da Justiça é uma juíza do Rio Grande do Sul condenando uma jornalista do jornal Zero Hora a pagar 600 mil reais de indenização a uma desembargadora por divulgar o seu salário.

Detalhe, darling: desembargador é um servidor público e, por lei, todo o povo brasileiro tem direito de saber os salários públicos — inclusive os penduricalhos.

Notícias da gringa

Um ataque hoje a um casal de diplomatas na embaixada de Israel dominou o noticiário americano. O antissemitismo correndo solto.

Mas isso também não deveria impedir que se façam críticas a Israel, que está matando palestinos todo dia. Ódio só gera mais ódio.

E o Trump recebeu o presidente da África do Sul e mostrou um vídeo dizendo que ele estava permitindo um genocídio de brancos no seu país. Todo mundo já sabia que era fake, mas é tão fake que a agência Reuters, que fez o vídeo, teve que dizer que as imagens eram do Congo e tinham a ver com os rebeldes do país. Trump levou o metaverso para outro patamar. Se segurem.

E falando em Trump, ele anunciou hoje que Harvard não poderá mais ter estudantes estrangeiros. Harvard é aquela universidade famosa que resolveu enfrentar Trump, que não para de ameaçar a liberdade das universidades com discurso de que elas incentivam a violência.

O que acontece é que estudantes estrangeiros que se manifestam contra os ataques de Israel a Gaza são considerados violentos.

Vendo tudo isso, só posso pensar que Not Good, BRASEW.


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