Davi chantageou Lula. Lira condicionou a isenção do IR para os pobres se cair a alíquota para os ricos. Ciro Nogueira no rolê do tigrinho? Sóstenes afirmando que vai ter anistia relâmpago. Gastos do rolezinho dos parlamentares no Gilmarpalooza direto no nosso bolso. Trump na cola do Xandão. Que dia cheio, BRASEW!
Comecemos pelo projeto que aumenta o número de deputados (tudo para que caciques como Lira e Hugo Motta mantenham poderes em seus estados). Lula precisa vetar ou aprovar essa história e está sendo aconselhado a vetar. Aí o Davi Alcolumbre, a estrela-mor do Senado, chegou no Congresso hoje dizendo que se o projeto chegar lá às dez da manhã, às dez e um ele promulga. Ou seja, vai derrubar o veto do Lula.
Lula, neste momento, está naquela fase de negociações com o Congresso, porque sem Congresso não dá para administrar (a Dilma que o diga). E está mais fácil conseguir algo com o Senado do que com a Câmara frigorífica do Huguito Motta, mas nunca se sabe para onde ele vai caminhar.
Lira, meu querido, sério?
Lira, nosso Arthurzito que já mandou na Câmara frigorífica, agora é o dono da principal pauta de Lula: a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil. Essa foi uma promessa de campanha de Lula, mas, para acontecer, precisa ter uma compensação orçamentária (ou seja, o governo precisa arrecadar em algum lugar para poder compensar a isenção). A proposta do governo foi bem óbvia: aumentar o imposto dos ricos.
Enquanto pobres mortais que ganham em CLT a partir de R$ 4.700 por mês pagam 27,5% de imposto, aqueles que ganham R$ 1 milhão por ano pagam nem 10%. Aliás, Lula queria que essa alíquota chegasse a pelo menos 10%. Lira agora diz que se for 8% ou 9% está mais do que bom para o governo bancar a isenção. Aff.
Bancada do tigrinho
Acabei não falando aqui da excelente reportagem da revista piauí, divulgada na sexta passada, sobre a República do tigrinho. A revista teve acesso aos relatórios financeiros que a CPI das bets simplesmente escondeu (por motivos de ameaças). Um resuminho dos bons:
- Fortuna de um empresário das bets se multiplicou misteriosamente. Ele é conhecido como Fernandin.
- Uma das operações envolvia transações imobiliárias com uma incorporadora de Teresina que tem entre os sócios a empresa Ciro Nogueira Agropecuária e Imóveis (sim, darling, nosso digníssimo senador, ex-ministro de Bolsonaro).
- Outros dados mostram que uma das empresas de Fernandin mandou cheques para uma empresa em que Gusttavo Lima (sim, darling, o cantor) é sócio.
- Gusttavo Lima fez festa na Grécia.
- Kassio Nunes Marques (sim, darling, o ministro supremo que é do Piauí) estava na festa em Mykonos.
- O lobby bilionário das bets neutralizando a CPI. “As bets têm influência econômica na sociedade e no Parlamento. Na verdade, elas têm lobby em todos os poderes”, disse Alessandro Vieira, o senador que era vice-presidente da CPI.
- Eis o surgimento de uma ‘bancada do tigrinho’ rivalizando com boi, bala e bíblia.
- Para os perdidos: o nome da revista é piauí, mas não tem nada a ver com os rolês desta Piauí.
Anistia de volta
O líder do PL na Câmara, o seu Sóstenes, disse para O Globo que conversou com Hugo Motta e que vai pautar a anistia antes do recesso que começa em 18 de julho. Eita povo com pressa. Ninguém mais falava da anistia. Mas, para passar no Congresso, ainda precisa do ok do Davi.
Corta benefício, aprova benefício
A vida na Câmara dos Deputados hoje foi assim. Num minuto, aprovou o regime de urgência para o projeto que cria um novo benefício fiscal para a indústria química que vai custar uns R$ 5 bilhões para o governo. No minuto seguinte, aprovou o regime de urgência para cortar em 10% os benefícios fiscais de vários setores. Isso é que é consistência.
E o IOF?
Lira sinalizou que pode enfiar o dinheiro que o Haddad precisa e que iria ganhar com o aumento do IOF na conta do projeto do Imposto de Renda. O caso do IOF foi parar no Supremo e o Xandão derrubou decretos do governo e do Congresso. Mas avisou que, se o decreto do governo era só para arrecadar, vai dançar. O Haddad saiu dizendo hoje que tem como provar que só aumentou a alíquota do IOF para evitar evasão fiscal. Claro, claro.
Carinho esse Gilmarpalooza, hein?
Uma reportagem da Folha mostrou hoje que a ida de 36 parlamentares para o Gilmarpalooza vai nos custar 760 mil reais. Está ficando carinho isso para o nosso bolso, não? Não dá para fazer um Gilmarpalooza no auditório do Supremo? Precisa mesmo ir todo mundo para Portugal?
Nikolas sem direitos?
E o Ministério Público Eleitoral de Minas Gerais andou pedindo a suspensão dos direitos políticos do Nikolas Ferreira (PL), por conta de ataques que o deputado federal fez ao então prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (que foi reeleito, mas morreu logo no início do mandato). Os bolsonaristas de Bolsonaro andam se tretando com Nikolas e nem vão achar tão ruim assim essa notícia. Vai vendo, BRASEW.
Trumpices
Trump voltou a atacar os Brics hoje e disse que os países que estão tentando destruir o domínio do dólar vão pagar um preço alto. O bloco é formado por 18 países, mas a sigla refere-se a Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Depois de Trump pedir para deixarem Bolsonaro em paz, foi a vez do Departamento de Estado dos Estados Unidos dar suas declarações para o UOL:
“A perseguição política a Jair Bolsonaro, seus familiares e apoiadores é uma vergonha e está muito aquém da dignidade das tradições democráticas do Brasil.”
Já o Steven Bannon (ex-estrategista de Trump e considerado uma espécie de fundador do novo movimento de extrema direita mundial) disse também para o UOL que Trump está chateado e que medidas devem ser tomadas nas próximas semanas.

Xandão intimado
A Justiça americana, em um processo movido pela empresa de mídia do Trump e pela rede social Rumble, mandou intimar o Xandão (já é a segunda vez que eles tentam). As empresas alegam que Xandão está violando a soberania americana ao tirar as redes do ar. (Xandão tirou do ar a rede, mas só aqui no Brasil, que é onde a jurisdição brasileira pode atuar, né?)
Enquanto isso, Xandão deu mais 60 dias para a Polícia Federal investigar o que Dudu Bolsonaro, o zero três, está fazendo nos Estados Unidos.
Chega, BRASEW. Já estamos querendo o recesso do Congresso.
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