Parem as máquinas. E, por favor, não matem o mensageiro. Não é a Tixa que está dando essa declaração polêmica contida neste título. Ela chegou aos nossos ouvidos por gente muito envolvida com potenciais candidatos de direita. A real é que, entre esse pessoal que tenta viabilizar uma candidatura para 2026, tem crescido a afirmação de que o apoio de Bolsonaro não fará diferença na eleição. (Agora uns dez morreram do coração.) Mas por que esse discurso ganha força? Porque ninguém acredita que, em um cenário Lula x qualquer pessoa de direita, no segundo turno, a galera radical bolsonarista vote em Lula. E votar em branco também é votar em Lula. Sacou? Sacou?


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Esse assunto de que o Bolsonaro perdeu a relevância surgiu hoje porque, enfim, saiu o acórdão da condenação do nosso ex. Agora abrem-se os prazos de recursos e, logo, o processo deve transitar em julgado — e isso significa que ele precisará começar a cumprir a pena. Mas vamos às ponderações.

Bolsonaro perdeu força porque não tem como ser candidato. Ele está inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral e, agora, também está inelegível por ser condenado pela Justiça. Mas claro que nosso ex continua forte em conseguir votos e vai conseguir eleger muitos deputados e senadores que vão se apropriar do Bolsonaro. Então, por isso, nenhum candidato de direita vai dizer em alto e bom som que o apoio de Bolsonaro não importa. A tal misancene vai continuar. (Tixa, misancene se escreve assim? Claro que não, né, darling? O correto é mise-en-scène, do francês — vamos todos fingir.)

Eu olho tudo isso e só lembro desses vídeos da inteligência artificial durante as eleições. Alguém acha que qualquer coisa que se diga hoje valerá daqui a um ano?

Agora que já causei polêmica com todos nós, pobres mortais (sim, darling, eu sempre estou incluída nessa), que não conseguimos acompanhar esse rolezinho dos donos da política na vida real, vamos às notícias do nosso pão de cada dia.

O supremo Fachin autorizou que Luiz Fux vá para a segunda turma. Pronto, agora já está oficializada a maioria bolsonarista na segunda turma. Isso muda o jogo, darling. Basicamente, isso quer dizer que, se o julgamento do 8 de janeiro tivesse caído nesta nova composição da segunda turma, o resultado seria outro. Só quero dizer que, daqui a pouco, vai ter ministro supremo (que defendeu até a morte que um processo precisa ser julgado por determinada turma) dizendo que é melhor que tudo seja julgado pelo Plenário.

Comentário aleatório: o pessoal que vende a ideia de que acompanha os robozinhos da distribuição de processos no Supremo para conseguir que os casos caiam no lugar certo precisa ficar ligado (sim, tem isso. Se funciona, só Deus sabe).

Bolsonaro, presente.

E saiu o tal acórdão do julgamento de Bolsonaro. Contamos aqui na segunda que o supremo Fux havia pedido para corrigir uns erros gramaticais do seu voto de 12 horas e que esse rolê poderia adiar por um bom tempo a publicação do acórdão e, consequentemente, o início do cumprimento da pena pelo nosso ex.

Só que, pelo visto, Fux quer é se livrar de tudo isso rápido, e agora a defesa do ex-mito tem cinco dias para entrar com os recursos. Só que os entendidos — leia-se juristas — afirmam que dificilmente qualquer recurso será aceito pela Primeira Turma do Supremo, já que a votação foi um chocolate de 4x1 contra Bolsonaro.

Segurança pública

Tem um assunto que vai ser muito discutido em 2026: segurança pública. Não é à toa que o governo Lula, vira e mexe, apresenta um plano novo. Hoje, Lewandowski, o ministro da Justiça, apresentou o projeto para combater facções criminosas. Leia-se PCC e Comando Vermelho. O jogo sendo jogado no Congresso.

MP da Itália resolve mandar Zambelli viajar

O Ministério Público da Itália deu um parecer favorável para mandar Carla Carabina Zambelli de volta para o Brasil. Agora o processo segue (não se sabe por mais quanto tempo) até a decisão da Justiça de lá. E ainda precisa de um parecer do governo italiano ratificando a decisão.

Cirão das Massas de lasanha voltou para o PSDB de Aécim Neves

Depois de 28 anos fora da galera tucana, Cirão resolveu voltar e, hoje, assinou a filiação. Dizem as más línguas que ele vai disputar as eleições para governador do Ceará, no ano que vem.

Cirão deve se unir com bolsonaristas para tentar impedir a reeleição de Elmano de Freitas, o atual governador, que é do PT. Agora, o maninho, Cid Gomes, já disse que não vai apoiar o irmão, pois ele “não se vê” ao lado de gente da direita e extrema-direita. Eita!

Só acho o timing da lasanha meio errado, né, darling? Agora que o PSDB já praticamente não existe, ele resolve subir no bonde. É aquele velho ditado: do pó vieste, ao pó voltarás.

Dudu, ausente.

E a Comissão de Ética da Câmara decidiu arquivar o processo instaurado contra Dudu Bolsonaro por quebrar decoro parlamentar ao fazer lobby nos States contra o Brasil. Foram 11 votos pelo arquivamento contra 7. O relator do caso até andou dizendo que não pode isso ou aquilo, mas, no fim, disse que não se pode botar censor no que diz um deputado, não importa se aqui ou nos Estados Unidos. O PT, que entrou com o processo, vai recorrer ao Plenário.

Por que isso é importante? Se Dudu fosse cassado no comitê de ética, ficaria inelegível. Se for cassado por número de faltas (o que efetivamente é o que deve acontecer), ele pode se candidatar no ano que vem.

Motta diz amém

A Câmara dos Deputados aprovou o requerimento de urgência para votar um projeto que cria a bancada cristã. Se for aprovada, essa bancada teria direito a Colégio de Líderes (ou seja, muitos salários). Vão aprovar? Não sabemos. Tá aí o projeto de anistia que também teve a votação urgente aprovada e até agora não andou — e que não me deixa mentir sozinha. Mas alô, pessoal da Bíblia, não tem um rolê de interpretação do livro do Apocalipse que diz que o fim do mundo chegará quando política e religião se misturarem? Para que arriscar, né?

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