O supremo Fux pediu pra sair. Arrependido de ter votado pelas condenações dos peixes pequenos no golpe de 8 de janeiro, aproveitou a saída de Barroso para pedir transferência para a Segunda Turma. As más línguas dizem que ele não tem mais clima na turma do Xandão depois daquele voto de 12 horas sem interrupções para inocentar Bolsonaro. Mas teria clima em uma turma ao lado de Gilmar Mendes?
O fato é que essa manobra pode fazer com que a Segunda Turma forme uma nova maioria. Uma maioria bolsonarista. Vem entender essas tretas supremas, saber notícias do Messias (que precisa rezar muito), saber que o Valdemar não vai se livrar do Supremo, saber sobre o Mendonça aderindo à nova modinha dos institutos supremos e ainda saber como o Haddad quer conseguir dinheiro para o ano que vem e o Renanzito querendo mudar o projeto de lei do Imposto de Renda.
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In Fux…
O que acontece se o supremo Fux mudar para a Segunda Turma? Uma das consequências diretas é que ele poderá formar uma nova maioria com os supremos Kassio Nunes Marques e André Mendonça, os dois indicados por Bolsonaro. Cada turma tem 5 votos. Claro que Nunes Marques ou Mendonça podem pedir para ocupar a vaga que ficaria em aberto com a saída de Fux na Primeira Turma, e aí não teria a tal maioria. Mas não pareceria muito estratégico para o núcleo bolsonarista do Supremo. Fux passou a ser considerado bolsonarista depois de ter inocentado Bolsonaro da trama golpista.
Para ficar mais claro: se Fux, Nunes Marques e André Mendonça estivessem na mesma turma julgando Bolsonaro, o que você acha que teria acontecido?
Trama golpista. O pedido para mudança de turma foi feito hoje durante o julgamento do núcleo das fake news da chamada trama golpista. Por maioria, a Primeira Turma condenou os sete réus. O voto vencido foi, para surpresa de zero pessoas, justamente o de Fux, que hoje inclusive fez questão de dizer que errou ao condenar os golpistas peixe-pequeno do 8 de janeiro.
“Meu entendimento anterior, julgamos muitos casos, embora amparado pela lógica da urgência, incorreu em injustiças que o tempo e a consciência já não me permitiam sustentar. O meu realinhamento não significa fragilidade de propósito, mas firmeza na defesa do Estado de Direito.”
Se for mesmo para a Segunda Turma, todo mundo já espera os embates com o supremo Gilmar Mendes, com quem Fux anda se estremecendo ultimamente. Mas alguns entendidos dizem que, mesmo mudando de turma, Fux pode continuar julgando os casos da trama golpista. Essa seria uma solução para que o julgamento dos outros réus não ficasse desfalcado.
Xandão sobre os réus das fakes
“É uma falácia, é uma mentira absurda, criminosa e antidemocrática, dizer que essa utilização de ataque à Justiça Eleitoral, de ataque ao Poder Judiciário, de ataque à democracia, de discurso de ódio, que isso é liberdade de expressão. Isso é crime tipificado no Código Penal.”
Fux sobre os réus das fakes
“Esse risco de sanção afastará muitos cidadãos da sadia participação na arena democrática. Perderá com isso o nosso Estado Democrático de Direito, como demonstra esse abominável regime de alhures.”
Alhures, no caso, é a Venezuela, darling.
E sobrou para o Valdemar
Ao condenar hoje os sete réus por fakes durante as eleições, sobrou para o dono do PL, Valdemar da Costa Neto. Ele não tinha sido denunciado pelo Ministério Público. Mas, quando o Xandão deu seu voto para condenar por dois crimes o engenheiro Carlos Rocha, que é presidente do Instituto Voto Legal — contratado pelo PL para dar um parecer sobre as eleições —, sobrou para o Valdemar.
Os ministros decidiram reabrir a investigação contra Valdemar, que foi quem encomendou o estudo e deu ordem para que o PL abrisse um processo judicial para contestar o resultado do segundo turno das eleições (mas ele não contestou o resultado do primeiro turno, que favorecia o seu partido).
Ore bastante, Bessias
A situation de Jorge Messias para o cargo de ministro supremo não está muito boa, não. Lula já disse que decidiu indicá-lo. Mandou espalhar pela imprensa que ia fazer a indicação antes de viajar para a Indonésia. Mas, no fim, não indicou. Parece que foi resultado de uma conversinha de ontem à noite com Alcolumbre, o Davi que é a estrela dona do Senado. Alcolumbre não quer Messias, quer o Pacheco.
Então parece que agora o Messias vai ter que correr para mostrar que será aprovado pelo Senado antes de Lula fazer a indicação.
Lula tem insistido que Pacheco seria um nome forte em Minas para dar palanque para o presidente nas eleições, e não ministro supremo neste momento. Mas o partido do Pacheco, o PSD (que é liderado por Kassab), parece que não quer que ele seja candidato a governador. Vai filiar até outro nome no partido para lançar como candidato no ano que vem. Sem contar que a disputa em Minas vai ser pancadaria. Até o Cleitinho vai concorrer. Esse é tipo Pablo Marçal, darling, vida loka total. Ainda se fala no Nikolas Ferreira e no Aécio. Vai vendo, BRASEW.
O que se diz é que Alcolumbre explicou para Lula que, se Pacheco não for supremo, vai voltar a ser advogado e esquecer o Congresso e a política. O fato é que Pacheco tem muito mais apoio no Senado do que Messias.
Para quem é perdido: um ministro supremo, para assumir o cargo, precisa ser aprovado pelo Senado.
Olhando daqui, a sensação é de que Lula prometeu a Messias que o indicaria (porque Messias já foi preterido pelo Dino). Agora está dando mostra de que vai indicá-lo. Mas, pelo visto, ele decidiu que só vai indicar se Messias tiver mesmo condição de passar pelo Senado. Só sei que agora é Messias orando e Pacheco rezando.
ERRAMOS.
A propósito, escrevemos errado ontem o ano do término do mandato de Alcolumbre. O correto é 2031.
Terrivelmente institucional
E essa notícia aqui? O supremo André Mendonça, o terrivelmente evangélico indicado por Bolsonaro, aderiu à moda dos institutos supremos. Mendonça fundou o Instituto Iter e hoje uma reportagem do Estadão mostra que o tal instituto arrecadou pelo menos R$ 4,8 milhões. A maioria desses contratos foi feita com instituições públicas. André Mendonça, terrivelmente rápido em criar um instituto educacional.
Quem quer dinheiro
Fernandinho Cabelo, nosso Haddad da Fazenda, disse que vai mandar dois projetos para o Congresso para tentar uma alternativa à Medida Provisória do aumento do IOF e dos impostos das bets, que foi derrubada no Congresso. Agora, as propostas para aumentar impostos vão ficar separadas das medidas de corte de gastos.
E o Renanzito querendo aparecer?
Renan Calheiros, que é presidente da Comissão de Assuntos Econômicos, resolveu que quer ganhar o noticiário. Inventou agora que vai mudar o projeto de lei do Imposto de Renda, que, entre outras coisas, isenta aqueles que ganham até R$ 5 mil. (Seeenhooor, mais gente além do Bessias vai ter que rezar, pelo tipo). A questão é que o rolê já foi aprovado na Câmara, por unanimidade, em um feito de Arthur Lira (arquirrival e inimigo número 1 de Renanzito lá nas Alagoas).
Renanzito disse que a parte que isenta as pessoas do IR vai ser enviada sem alteração, mas que ele quer mudar outras partes. Ah, não, Renanzito, você não vai mandar essa, vai?
Socorro, BRASEW. Acho melhor vocês virem para a comunidade do Zap da Tixa. Só clicar e já está dentro.
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