Sexta-feira e o Brasil tá como? Falando do Fernando Haddad que anunciou uma medida econômica na quinta, com pompa e circunstância, para horas depois dizer que ouviu o país e recuou. Mas a questão é que Haddad recuou, pero no mucho. Vai ter aumento de imposto, BRASEW. É muito? Não, não é. Mas é um aumento. Só sei que o Nikolas já avisou que vai apenas acompanhar o fluxo para saber se faz mais um videozinho a la Pix.

Alguém aí sabe o que é IOF? É um imposto sobre operações financeiras. E ontem o Haddad anunciou que ia ter aumento no IOF. Ninguém sabe muito bem o que é IOF, porque não é todo mundo que paga. Mas se você faz um empréstimo, você paga IOF. Comprar dólar, paga IOF. E o Haddad anunciou o aumento da alíquota desse tal IOF.

O ministro bem que tentou botar essa notícia junto com o anúncio de equilíbrio fiscal, segurando gastos de 30 bi, para agradar o mercadinho. Mas eis que no meio do pacotinho fez uma barbeiragem e botou IOF onde não podia e deixou o mercadinho irritado. Passou a sexta-feira se explicando e dizendo que ouviu o país.

Mas que país foi esse? Passa o número aí, Fernandinho, porque queremos também ouvir o país. (Na GloboNews ficamos sabendo que um país que ele ouviu foi o presidente do Bradesco.)

Onde Haddad recuou?

O governo recuou na cobrança do IOF dos fundos de investimento no exterior. (Sim, darling, só quem é sofisticado e tem dinheiro investido no exterior tem isso.) 

Foi uma gritaria porque pareceu um rolê de controle de capitais, que restringe a entrada de dinheiro num país. Sidônio Palmeira, o publicitário geral da República, disse que eles tinham que corrigir a história rapidamente. (Medo dos vídeos a la Pix do Nikolas Ferreira.)

A situação do Haddad ficou assim: irritou o mercado (mas ouviu o país e voltou atrás). Irritou o Galípolo, presidente do Banco Central, porque mexeu no imposto de operações financeiras (regulado pelo BC) sem falar com ele. Irritou o Rui Costa (esse já é eternamente irritado com Haddad) porque fez barbeiragem. Irritou o Sidônio porque anunciou um aumento de imposto e ainda com barbeiragem.

Vamos combinar que Haddad já virou expert nisso. Lembra no ano passado quando anunciou um pacote para equilíbrio fiscal e junto anunciou o corte do imposto de renda pra quem ganha 5 mil reais? – e que até hoje não rolou?

E eis o que disse Nikolas para o Metrópoles:

“Nunca faço vídeo de forma reativa. Tanto no vídeo do Pix, quanto no do INSS, sempre esperei alguns dias para a coisa ir engrossando, para as pessoas terem conhecimento, para vir fatos novos. Enfim, eu, de fato, vou avaliando. Não tenho outra fórmula. Até mesmo porque tem que dar tempo para as pessoas entenderem.”

Taí, Sidônio, vai precisar evitar os fatos novos.

As cagadas

Hoje parece que foi o dia da língua portuguesa (já peço escusas pelo português que virá a seguir). Se o que o Haddad fez foi uma cagada, parece que no Supremo teve cagada também. O procurador quase amigo geral da República deixou vazar o som quando ele dizia: “Fiz cagada agora.” Isso durante o interrogatório de Aldo Rebelo, o ex-comunista e agora bolsonarista, que é testemunha no processo do golpe.

O palco do Xandão

Mas a língua portuguesa também serviu de pano de fundo para uma treta entre Xandão e Aldo. O ex-comunista resolveu dizer que as pessoas deveriam levar em consideração que existe na língua portuguesa a chamada força de expressão. E que a história do almirante Garnier dizer que botava as tropas à disposição do Bolsonaro era uma força de expressão.

Pensa no Xandão. Pensou? Xandão mandou essa:

“O senhor estava na reunião quando o almirante Garnier falou essa expressão? Então, o senhor não tem condições de avaliar a língua portuguesa naquele momento. Atenha-se aos fatos.”

Rebelo rebelou-se:

“Em primeiro lugar, a minha apreciação da língua portuguesa é minha e eu não admito censura na minha apreciação sobre a língua portuguesa.”

E Xandão ameaçou:

“Se o senhor não se comportar, o senhor vai ser preso por desacato.”

A essas alturas ninguém nem sabe mais qual foi a cagada do procurador-geral.

Trumpices

A gente tenta não noticiar sobre o Trump, mas é difícil. Hoje ele voltou com o rolê das tarifas. Vai aumentar em 50% as tarifas sobre a União Europeia.

E ainda vieram novas ameaças ao Supremo brasileiro. Agora os bolsonaristas dizem que a ideia é promover sanções não só ao Xandão, mas a outros ministros supremos e também a esposas de ministros, que são advogadas e responsáveis pela saúde financeira da família. Vai vendo, BRASEW.

Mas hoje também foi dia do Mr. President tomar uma invertida. Ele havia proibido alunos estrangeiros de estudarem em Harvard. Só que a justiça americana disse um nã-na-ni-na-não bem grande para Trump.

RIP

Mas hoje já é sexta, tá na hora de ir, e não podemos ir sem antes prestar nossa homenagem a Sebastião Salgado. O maior fotógrafo brasileiro de todos os tempos que nos deixou hoje. RIP, Tião.


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