O que tem de notícia hoje do Supremo e de notícia de Trump na maior friendship com Putin não está no gibi. Mas eis que venho aqui hoje abrir essa newsletter do último dia da semana com histórias de Huguito Motta, o atual titular da Câmara frigorífica. As capivaras estão correndo atrás de Huguito.
Nesta semana, Huguito tentou virar protagonista depois de ter tido sua cadeira tomada pelos bolsonaristas na semana passada. Ele falou que não vai pautar anistia, não vai pautar o fim do foro privilegiado (ninguém mais quer o foro privilegiado porque estão com medo do Flávio Dino), vai pautar a regulação das redes sociais e, nesta sexta, anunciou o envio de todos os quatro pedidos de cassação de Dudu Bolsonaro para o Conselho de Ética. Tudo para tentar mostrar que retomou o controle da Câmara.
Mas eis que, nesta sexta, Huguito se viu envolvido em duas denúncias. Uma delas foi feita pela Folha. Dois repórteres viajaram para Serraria, na Paraíba, e descobriram o “caseiro fantasma”. A reportagem checou que Ary Gustavo Soares é caseiro de uma fazenda de Huguito. O problema é que ele recebe R$ 7.200 entre salários e auxílios da Câmara como secretário parlamentar no regime de dedicação exclusiva. Huguito já tinha sido acusado de ter três funcionárias fantasmas em seu gabinete.
A outra denúncia ganhou a manchete do site Metrópoles no início da noite desta sexta. A chefe de gabinete de Huguito é ré em uma ação por improbidade administrativa por rachadinha. E a mesma chefe de gabinete recebeu poderes amplos de pelo menos 10 pessoas que trabalham ou trabalharam no gabinete do presidente da Câmara.
O que isso significa? Que ela está autorizada a fazer saques e realizar movimentações bancárias em nome dos funcionários. Oito procurações dizem que ela pode receber os salários. Juntas, essas pessoas acumulam R$ 4 milhões em remunerações no período em que estiveram no gabinete.
Huguito, darling, está difícil. Vai lá comprar um pão na padaria, vai.
O Supremo
Habemus datas do julgamento de Bolsonaro. Começa dia 2 de setembro com a leitura do relatório de Xandão. Vai ser daqueles quilométricos, e todo mundo já espera que essa vai ser uma leitura demorada. O julgamento está previsto para acontecer nos dias 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro. O voto mesmo de Xandão deverá acontecer só na segunda semana do julgamento. Será que algum Supremo vai adotar a tese dos advogados de Bolsonaro, que dizem que ele não pode ser condenado porque o crime do qual ele é acusado (atos preparatórios para um golpe de Estado) é um crime que não existe na lei? Aff!!!! Se segura, BRASEW.
O povo agora espera mesmo é pra ver se Fux vai pedir vista do processo e como vai votar. Mas, com esse calendário proposto, mesmo que o ministro peça vista, a expectativa é que o caso se resolva ainda neste ano.
Vai se criando um clima terrível
O supremo Fux parece que anda querendo criar um climão entre os que têm visto dos EUA e os que não têm (ai que maldade, Tixa). O ministro resolveu questionar o supremo presidente da casa, Luís Roberto Barroso, por conta de um caso tributário julgado nesta semana.
Disse Fux:
“Não sou de pedir relatoria, mas entendi, com essa tranquilidade que digo em plenário, que considerei essa manifestação completamente dissonante do que ocorreu, até então, aqui no plenário. Gostaria de consignar minha irresignação, porque pode se repetir com outros colegas.”
Traduzindo:
— Tô muito chateado, tá? Você me tirou do caso.
Barroso, então, discordou:
“Na ocasião, perguntei a vossa excelência se gostaria de reajustar [o voto] para permanecer como relator. Vossa excelência disse que não reajustaria.”
Traduzindo: Isso é mentira.
Fux rebateu:
“Vossa excelência passou direto, não me ofereceu.”
Traduzindo: Você que está mentindo, excelência.
Barroso: “Está gravado na TV.”
No fim das contas, Barroso de fato tinha perguntado ao ministro se ele gostaria de revisar um dos pontos do voto para manter o caso sob sua relatoria. Fux criando climão desnecessário? Vai vendo, BRASEW.
Zambelli free?
A depender do supremo Nunes Marques, Carla Zambelli sairá livre, leve e solta do processo que responde por ter sacado uma arma no meio do bairro dos Jardins, em São Paulo (às vésperas da eleição) e ter corrido atrás de um homem como se fosse, sei lá, a Katy Mahoney (eu juro que não tenho idade para lembrar dessas coisas, mas elas pulam na minha cabeça). Mas a questão é que não depende do Nunes Marques.
Fim do Pixuleco
Ainda tem Lava Jato para matar? Parece que tem. Dias Toffoli anulou todas as provas de processos contra o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. Os processos surgiram por conta da Operação Pixuleco, um desdobramento da Lava Jato. E por que Toffoli anulou tudo? Por conta daquele rolezinho que Sergio Moro andou dando com os procuradores da Lava Jato, em conversas que vieram à tona com a Vaza Jato.
E o Sérgio Cabral (o ex-governador do Rio condenado há anos e anos de prisão pela Lava Jato, mas que hoje está em prisão domiciliar de frente para o mar)? Ele tentou se beneficiar dessa onda da Vaza Jato, mas o Toffoli disse que na-na-ni-na-não. O ministro supremo não anulou o julgamento de Cabral.
E o supremo André Mendonça votou a favor de conceder um desconto para as multas bilionárias de empreiteiras investigadas na Lava Jato. O assunto só não se resolveu porque o Flávio Dino resolveu pedir vistas.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, chorou as pitangas na GloboNews porque o Trump suspendeu o visto americano de sua filha de 10 anos e de sua esposa. Tudo por causa do Mais Médicos.
"O clã Bolsonaro, que orquestra isso, tem de explicar qual risco uma criança de 10 anos pode ter ao governo americano", disse Padilha.
Dúvida sincera: não é melhor só viajar pelo Brasil alegremente e nem dar bola por ter ou não o visto?
A vodka tava quente
Eu só sei que o Putin, sim, o Vladimir da Rússia, foi recebido com tapete vermelho no Alasca. Foi bater um papinho com o Trump para, juntos, acabarem com a guerra contra a Ucrânia. Uma jornalista perguntou se Putin iria parar de matar pessoas na Ucrânia, ele se fez de desentendido. Trump então botou o russo na sua limusine presidencial e saíram para conversar.
Voltaram e foram dar coletiva. Cheios de sorrisos, olhares, gentilezas. Putin disse que, se Trump fosse presidente em 2022, a guerra contra a Ucrânia jamais teria rolado. Really? Quanto poder, né, Trump?
Muito blá-blá-blá e, adivinha, não anunciaram nenhum acordo. Nadica de nada.
Trump disse que tá tudo quase certo, mas que vão fazer muitas ligações e tudo vai se resolver. Oi? Fora aquelas duas que você disse que faria quando assumisse e que acabariam com todas as guerras?
Depois dessa, sextei, BRASEW!
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