O presidente da Câmara dos Deputados, nosso eterno Huguito Motta, acordou fanfarrão nesta quarta-feira. Foi para o X-Twitter dizer que o projeto que isenta salários de até R$ 5 mil do imposto de renda sempre foi uma prioridade. Ahã, claro. Todo mundo viu que, até semana passada, os deputados só queriam saber de falar de blindagem para não serem investigados. Detalhe: o governo mandou o projeto em abril deste ano.


E, nesta semana, quando finalmente Motta decidiu botar o assunto na agenda de votação, choveu lobby para fazer com que o projeto tirasse a taxação dos super-ricos (é com esse dinheiro que o governo compensa a perda de arrecadação com a isenção para os mais pobres).

Tinha deputado querendo aproveitar para botar na legislação a possibilidade de se abater personal trainer do imposto de renda. Ahã. Teve até isso.

Precisamos lembrar que nosso Fernandinho Cabelo Haddad, ministro da Fazenda, tinha ido para rede nacional de televisão dizer que iria mandar a isenção do IR no ano passado. E o que fez Lira, nosso Arthurzito, que era, na época, o presidente da Câmara? Avisou ao Haddad que o projeto não iria passar de jeito nenhum, porque não rolaria taxar os super-ricos. Na época, o mercadinho reagiu ferozmente, dizendo que o governo só queria gastar. Haddad recuou e não mandou o projeto, que só foi neste ano.

Como na política o mundo não gira, ele capota, quem é o relator do projeto agora? Sim, ele, Arthur Lira, que agora defende que os super-ricos sejam taxados. Já sabem, né? Sim, BRASEW, tudo se resolve com as emendas que usam o dinheiro público para agradar parlamentares.

Mas tem um outro motivo básico para essa demora em se votar esse projeto. Essa é uma promessa de campanha de Lula e, portanto, todo o Congresso sabe que, ao aprovar esse projeto, Lula ganha pontos na corrida eleitoral. Ao mesmo tempo, os parlamentares não tinham como não votar, em algum momento, algo que isenta os mais pobres de pagarem imposto de renda.

Enfim, essa foi a confusão.

A próxima parada do projeto é no Senado. Mas, por lá, a relação de Lula com o presidente da Casa tem sido só amores.

Crise com crise

Motta segue na linha de que crise se resolve com a crise dos outros. O presidente da Câmara anunciou que, nesta quinta, vai votar a urgência de um projeto de lei que aumenta as penas para o crime de falsificação de bebidas. Detalhe: o projeto está parado há uns seis anos.

Pelo fim do céu de Magnit, ou Magnitsky

O supremo Gilmar Mendes anda defendendo publicamente que se discuta uma lei para evitar que empresas e bancos tenham que cumprir embargos determinados por países estrangeiros. Pois agora já anda circulando entre o Supremo e a Advocacia-Geral da União até uma minuta do tal projeto. É tipo um PL anti-Magnitsky. (Magnitsky é a lei americana na qual Xandão foi enquadrado e que fez ele ficar sem cartão de crédito e que até poderá fazer ele ficar sem conta bancária).

O ex do Xandão

Tagliaferro, aquele ex-assessor do Xandão que se bandeou para o lado bolsonarista e agora faz mil acusações contra o ministro supremo, teve que dar uma chegada lá na polícia da Itália. Motivo: Xandão pediu para a Justiça italiana que o cidadão fosse preso por divulgar informações sigilosas, violando seus deveres funcionais.

Ele era assessor do Xandão no Tribunal Superior Eleitoral, e foi a partir dele que se soube que o Xandão mandava e desmandava a galera investigar as redes de várias pessoas que ameaçavam as eleições ou o Supremo, em reportagem que foi divulgada pela Folha.

A Justiça italiana até concordou que Tagliaferro está tentando atacar a credibilidade suprema. Mas apenas aplicou ordens restritivas e pegou o passaporte dele. O ex-assessor tem cidadania italiana.

Fecha tudo

Os Estados Unidos estão vivendo uma paralisação do governo federal conhecida como shutdown. Basicamente, o governo e o Congresso não chegaram a um consenso para aprovar o Orçamento. Quando isso acontece, o dinheiro não flui, os servidores não recebem salários e os serviços públicos param.

Trump agora está aproveitando o rolê para ameaçar demitir um monte de gente e interromper também o repasse de bilhões de dólares em fundos para estados que são de governos democratas. Aff. Eles que lutem.

Abaixo o hambúrguer

Mas o que queria mesmo contar aqui do Trump, o Donald Laranjão, é que ele e seu secretário de Defesa, um tal de Pete Hegseth (que era comentarista da Fox News), resolveram chamar 800 generais e almirantes que estavam espalhados pelo mundo todo para uma reuniãozinha. Ficou todo mundo pensando: ferrou-se. Sabe o que eles queriam? Dizer que, a partir de agora, os generais precisam atender certas medidas de cintura. Sim, juro. Se eles não estiverem no shape que o Hegseth definiu, serão demitidos.

Outro detalhe nada básico: os generais também ouviram que o inimigo está agora dentro dos Estados Unidos mesmo, e o Trump meio que deu a entender que eles agora vão fazer treinamento nas cidades que o presidente considerar inseguras país afora. É, darling, nunca antes na História.

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Fui, BRASEW.


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