Por que raios Lula lançou oficialmente sua candidatura na Indonésia? Perguntei para o publicitário-geral da República e ele me ignorou solenemente. Logo, eu não tenho a mínima ideia, BRASEW. Acho que nem o Sidônio sabe por que Lula acordou e se lançou candidato ao lado do Prabowo Subianto, o presidente da Indonésia. Mas estou aqui para contar os bastidores interessantíssimos da Indonésia que envolvem o dono mundial da química: Joesley Batista.
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Lula foi falar com a imprensa hoje na Indonésia e disse, pela primeira vez sem deixar qualquer dúvida, que vai disputar um quarto mandato no Brasil. Sim, antes ele até dizia, mas completava com “ah, se eu estiver com saúde” e coisa e tal. Hoje ele disse que vai completar 80 anos e que está com a mesma energia de 30 e, pronto, vai ser o candidato. Para deleite do Subianto.
E então Lula explicou que estava dizendo isso para o Subianto porque eles iriam se encontrar muitas vezes nos próximos anos.
Mas quem é o Subianto na fila do pão? Ele foi eleito presidente no início de 2024 e sua importância para o Brasil está no acordo que deu fim à maior disputa societária da nossa história: a briga de Joesley com o Joesley da Indonésia (um megaempresário casca-grossa) pela empresa brasileira Eldorado Celulose.
A Eldorado foi vendida para os indonésios no auge da crise dos Batistas com a Lava Jato (a operação deles tinha outro nome, mas tudo se misturou naquele momento). Só que a situação dos Batistas melhorou, a JBS estava indo bem, ganhando dinheiro, e a Eldorado Celulose era uma mina de ouro. E aí o Joesley começou a brigar para ficar com a Eldorado, alegando uma série de questões jurídicas. Eles perderam, depois ganharam. Foi uma briga homérica, com direito a todos os tipos de acusações e ao julgamento presencial com o maior número de advogados da história do Tribunal de Justiça de São Paulo.
Mas eis que, neste ano, de repente, não mais que de repente, os dois Joesleys (gente, o nome do empresário da Indonésia não é Joesley, tá? É só licença poética) chegaram a um acordo. Aqui entra o Subianto, segundo fontes muito bem informadas disseram a esta lagartixa. Tinha um pessoal da coluna do meio que queria o acordo, então buscou um marqueteiro brasileiro que trabalhou na campanha do Subianto. O presidente indonésio entrou em ação e chamou o Joesley da Indonésia. No fim, ficou combinado que o Joesley do Brasil faria investimentos lá.
E adivinha o que aconteceu hoje na Indonésia? Anúncio de vários investimentos, todos de Jojo Joesley. A JBS vai se associar ao fundo soberano da Indonésia para fazer uma megaoperação no país e se tornar a maior produtora e fornecedora de carne na região (a Indonésia tem 270 milhões de habitantes, é maior do que o Brasil, BRASEW). E a região ainda vai ser usada para exportar carne para a Austrália.
Só o que podemos dizer é que Joesley Batista é oficialmente o dono da química mundial.
Para os perdidos. Joesley jogou seu charme para Donald J. Trump e, depois disso, é que Trump começou a achar que Lula é um homem bom e que tem uma química tremenda.
Por falar em Trump
Lula hoje não só se lançou candidato como ainda aproveitou para polemizar. Disse que quer multilateralismo, não quer protecionismo e falou ainda em comercialização com moedas locais. Tudo o que Donald Trump supostamente não quer ouvir. Tem o povo que diz que isso foi estratégico de Lula para jogar na hora da negociação. Tipo assim: tá bom, Trump, eu desisto de desistir do dólar e você desiste de cobrar tarifa do Brasil.
Trump não quer ouvir falar de moeda única dos Brics. Mas é bem verdade também que a provocação de Lula hoje não foi tão forte, porque ele não falou em moeda única, ele falou em comércio com moedas locais (que inclusive já acontece).
Mas há quem ache que as declarações podem deixar Trump hashtag xatiado. Sorte do Lula que o Jojo Joesley está por lá e que o Trump também ama o Jojo. Então a química está garantida. Será?
E o Valdemar?
A situação da direita vai ficando cada vez mais crítica. Agora que o Supremo mandou investigar o Valdemar Costa Neto, parece que ficou mais difícil articular um candidato para as eleições de 2026. E agora? Quem vai ser ungido por Bolsonaro? Como contamos ontem aqui, a galera da direita já está no modo Bolsonaro. Não é assim tão importante, porque ninguém acredita que os bolsonaristas votem no Lula.
Tretas no PL
A deputada Carol De Toni está ameaçando sair do PL de Santa Catarina se o partido decidir apoiar Amin como segundo nome para ser senador pelo estado. (O primeiro seria Carluxo). Carol disse que vai ser candidata duela a quién duela.
Sério, Flavitcho?
Depois de Dudu Bolsonaro, é a vez de Flavitcho Bolsonaro dar aquela desandada. Flavitcho hoje sugeriu que Trump deveria também atacar barcos no Rio de Janeiro, que, segundo ele, estariam também cheios de drogas. Oi? Trump está atacando barcos no Caribe e até no oceano Pacífico, alegando que são todos do narcotráfico. Seria uma forma de derrubar o regime do ditador Nicolás Maduro.
E o Renanzito?
Ah, Renan Calheiros sendo Renan Calheiros. Quando voltar da Ásia, pelo visto, Lula vai ter que procurar saber o que Renanzito anda querendo. Explico: o senador é o relator do projeto que amplia a faixa de isenção do imposto de renda para quem recebe até R$ 5 mil por mês. Aquele que foi aprovado com estrelinha e tudo sob o comando do Arthur Lira na Câmara. (Lula “pagou” bem).
Todo dia vem uma novidade desse projeto no Senado. Uma hora Renan diz que vai fazer emendas. Agora ele quer que o governo explique melhor qual vai ser o impacto orçamentário. Apresentando as dificuldades para vender facilidades.
“O governo precisa, pelo menos, colaborar. Estou cobrando que a Fazenda mande os números do projeto, porque a Fazenda anunciou que o projeto era neutro. Depois das modificações da Câmara, que afetaram quase R$ 30 bilhões, a Fazenda continua dizendo que continua neutro. Eles ficaram de mandar os números, até agora, não mandaram. Isso é fundamental.”
Hora de usar a química com Renanzito.
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E vamos correr que lá na Indonésia já é amanhã, BRASEW.
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