Drill, Lula, drill. E eis que, sob o governo Lula, o Ibama enfim autorizou que a Petrobras comece a fazer a pesquisa exploratória para buscar petróleo na Foz do Amazonas. Davi Alcolumbre foi só alegria e exaltação. Eleição garantida que chama? Para o Lula, acho que nunca antes na história fez tanto sentido convidar e insistir para que Donald J. Trump venha discutir o clima em uma COP. O clima que lute, em Belém, BRASEW. E no resumo de hoje ainda tem Boulos no governo, Messias rezando mais umas horas e o Fux dando mais uns dias para Bolsonaro.
ATENÇÃO. Para continuar recebendo a TixaNews toda noite de segunda a sexta, diretamente no seu e-mail, você precisa se inscrever aqui. Vai ter mudança de disparador de e-mail. Gracias.
Alcolumbre é o novo rei do pedaço
A nota de júbilo de Davi Alcolumbre, a estrela mais alta do Senado, sobre a notícia do início da pesquisa exploratória na Foz do Amazonas foi emblemática: “Meus agradecimentos ao presidente Lula”. O senador é hoje o homem mais poderoso do Congresso Nacional.
Na semana passada, a notícia vazada para diversos veículos de imprensa era de que Alcolumbre estava pessoalmente empenhado em derrubar os vetos de Lula ao PL da devastação, o projeto de lei que altera a legislação de licenciamento ambiental e que será um desastre. Marina Silva conseguiu que Lula vetasse mais de 60 pontos. Mas esses vetos estavam para ser apreciados pelo Congresso, e eles poderiam ser todos derrubados. Mas eis que, na última hora, uma manobra do próprio Alcolumbre adiou a votação sobre os tais vetos.
Para o governo Lula, seria humilhante ter os vetos derrubados na véspera da COP30, a conferência mais importante do clima que vai acontecer em Belém, no Pará. Ao que parece, era menos humilhante ter o órgão técnico ambiental aprovando a exploração de petróleo no mar que rodeia o extremo norte do país.
Qual é o grande risco de se explorar petróleo na região? É o de que um vazamento atinja a Amazônia. Apesar de a região a ser explorada estar a centenas de quilômetros, o risco é grande. O Ibama, por livre e espontânea pressão, disse que a Petrobras atendeu a alguns requisitos técnicos para mitigar os riscos. Ao Ministério da Marina coube apenas uma nota de que o Ibama não tem nada a ver com a decisão de se explorar petróleo na região, já que é uma decisão de governo. (Sim, em outras palavras, foi isso o que o Ministério do Meio Ambiente disse.)
Outro probleminha básico é que os países se comprometeram, há algumas COPs atrás, a reduzir a emissão de carbono para evitar que o clima no planeta aumente.
Mas a Agência Internacional de Energia já disse que o único jeito de evitar que a temperatura no planeta suba é parando agora a exploração de novos poços de petróleo.
E as promessas de campanha? Lula prometeu, em campanha, que o Brasil seria uma potência verde. Será que o conceito de potência verde é explorar petróleo na Foz do Amazonas, porque o Amazonas é verde? Ah, não, Tixa, cê não mandou essa!
E por que Alcolumbre ganha? Davi Alcolumbre é senador pelo Amapá e seu mandato termina no próximo ano. Isso significa que ele precisará enfrentar as urnas novamente. A exploração da Foz do Amazonas é um projeto que poderá, de fato, mudar a situação econômica do Amapá.
Os ambientalistas
O Observatório do Clima reúne 130 entidades ambientalistas que discutem o aquecimento global. Eles acharam que o licenciamento às vésperas da COP30 foi uma sabotagem ao evento. Carlos Nobre, um importante cientista do clima, escreveu a seguinte nota:
“A Amazônia está muito próxima do ponto de não retorno, que será irreversivelmente atingido se o aquecimento global atingir 2 °C e o desmatamento ultrapassar 20%. Além de zerar todo desmatamento, degradação e fogo na Amazônia, torna-se urgente reduzir todas as emissões de combustíveis fósseis.”
Drill, Lula, drill
Donald J. Trump virou o presidente do drill, baby, drill. Perfure, baby, perfure. Ele se elegeu dizendo que iria aumentar loucamente a exploração de petróleo. É aqui que Lula e Trump se encontram. A propósito, parece que efetivamente vão se encontrar no próximo domingo em um evento em Kuala Lumpur, na Malásia. Os dois estarão lá. A agenda está reservada; se o encontro vai mesmo acontecer, são outros quinhentos.
Salve, Jorge
Jorge Messias parece que está prestes a ser ungido como o próximo supremo. Esperava-se que Lula já tivesse feito isso na segunda-feira. Ficou para terça, antes de Lula embarcar.
Depois de nomeado por Lula, terá que correr para conseguir os votos do Senado (que precisa aprovar o indicado pelo presidente). Mas, com essa licença da Foz do Amazonas aprovada, Alcolumbre anda bem receptivo às vontades palacianas do Planalto.
Boulos no governo
E eis que, depois de meses de especulação, Boulos finalmente vai ser ministro do governo Lula. Parece que abriu mão até de ser candidato a qualquer coisa nas próximas eleições. Boulos assume a Secretaria-Geral da Presidência da República no lugar de um ministro que acho que nunca tínhamos falado aqui. A ideia é que Boulos bote fogo nos movimentos sociais, digo, que converse muito com todos eles e reanime a base social do governo. Eleições mode on faz tempo.
Reforma de casa
E hoje teve pacotinho do governo de uns R$ 7 bilhões para que a classe média baixa reforme suas casas. Eleições 2026 mode on.
Juros do Galípolo
E agora, Galípolo? Lula voltou a falar de juros altos. Antes, ele botava a culpa no então gostosão geral da República, Roberto Campos Neto. Desde que indicou o Galípolo para presidente do Banco Central, o tom mudou. Mas e agora? Bota a culpa dos juros altos em quem? Eleições mode on.
E os Correios?
Os Correios precisam de socorro e estão falando em um empréstimo de R$ 20 bilhões. Gente, é quase o dinheiro que o Trump está dando para salvar a Argentina: US$ 20 bilhões. Eu sei, eu sei, um é real e o outro é dólar. Mas vamos combinar que o rombo anda bem parecido.
A propósito, Trump justificou sua ajuda para a Argentina desse jeito: a Argentina está morrendo.
Não quero dizer nada, mas os Correios parecem que também estão morrendo e já dizem as más línguas que vai ter que ter ajuda do governo (e não só de bancos), para continuar funcionando.
Fux, presente.
O supremo Fux pediu para fazer uns reajustes gramaticais no voto de 12 horas que deu no julgamento que condenou Bolsonaro à prisão. Na prática, esse tipo de pedido ajuda a dar uma atrasada básica no início do cumprimento da pena. Só depois de publicado o acórdão do julgamento (o que inclui o voto de Fux) é que começa a contar o prazo para os recursos dos advogados.
E se você prefere receber tudo isso pelo zap, é só se inscrever na nossa comunidade aqui.
Bora dormir, BRASEW!
Aqui na Tixa entregamos nosso conteúdo gratuitamente, mas não significa que não custa caro. Se este conteúdo tem sido um diferencial no seu dia a dia, considere ser nosso apoiador. A maneira mais fácil é pelo Pix da Tixa: 49.875.575/0001-47

Comentários