Estou em choque com o choque do Mauro Cid. Talvez eu não tenha prestado atenção suficiente nos depoimentos anteriores, mas fiquei surpresa com a declaração do ex-faz-tudo de Bolsonaro, hoje no Supremo, dizendo que não tinha falado antes da participação do Braga Netto nas tramas golpistas porque estava em choque com a prisão dos companheiros.
Ninguém pôde acompanhar a acareação entre Braga Netto, o ex-ministro e ex-candidato a vice de Bolsonaro, e Mauro Cid. Mas o Supremo divulgou uma espécie de ata da acareação.
Eis o que Xandão diz na ata:
"O réu colaborador disse que não se referiu à entrega do dinheiro porque estaria ainda em choque em virtude da prisão de companheiros dele."
A outra parte divertida (que não é novidade) é o Braga Netto dizendo que, quando Mauro Cid o procurou para pedir um dinheiro para o PL, ele pressupôs que o dinheiro era para acertar alguma conta de campanha. Aí ele teria mandado falar com o tesoureiro do PL. Quando o tesoureiro do PL ficou sabendo no que o dinheiro seria usado, disse que o partido não tinha como ajudar. E então Braga Netto disse que era para esquecer o assunto. Çeeei. O Braga Netto não perguntou para o Cid para que serviria o dinheiro? Sério?
E tudo continua na mesma. O Mauro Cid segue dizendo que recebeu uma caixa de dinheiro (que ele diz que achou que era 100 mil pelo peso da caixa) do Braga Netto para financiar a galera que ia ajudar a criar o caos na frente dos quartéis.
Para os perdidos: nesta parte do processo, fala-se de uma reunião entre Braga Netto e outros militares que queriam criar um caos para dar condições às Forças Armadas de toparem com o tal decreto que o Bolsonaro no fim não assinou.
Hoje ainda teve o general Freire Gomes reafirmando que o papelote do Anderson Torres tinha um conteúdo muito parecido com o tal decreto do golpe que foi apresentado na reunião entre os comandantes e Bolsonaro.
E agora? Segue tudo na mesma no processo do golpe. Ninguém mudou a versão. Logo, alguém está faltando com a verdade.
Ainda o advogado do Braga Netto saiu do Supremo dizendo que seu cliente chamou o Mauro Cid de mentiroso duas vezes. A defesa do Mauro Cid disse que ele não disse isso e apenas teria dito que era uma mentira a entrega de dinheiro. Aff. Os supremos que lutem.
A propósito, o supremo Fux segue na fiel escuderia de Xandão durante as oitivas.
Um tour no Supremo
E a expectativa mesmo da semana é que os presidentes da Câmara e do Senado façam um tour no Supremo na sexta-feira. As notícias dão conta de que eles vão participar da audiência pública sobre as emendas parlamentares. A audiência pública é promovida pelo supremo Flávio Dino, que não se cansa de exigir transparência por parte do Congresso. E agora, Alcolumbre? E agora, Huguito? Vai ter transparência? A análise dos entendidos é que os dois vão lá no Supremo para deixar o recadinho implícito de que está na hora de o Dino parar porque pode dar ruim. Aff.
E as sanções ao Xandão?
Vai dia, passa dia, e nada das tais sanções americanas contra o Xandão. Uma hora um diz uma coisa, outra hora outro diz que é por conta da guerra. Só sei que a Folha noticiou que o comentarista da Jovem Pan e neto de Figueiredo, Paulo Figueiredo – que é suspeito de ter feito parte das tramas golpistas –, foi à Comissão dos Direitos Humanos da Câmara dos Estados Unidos pedir que eles recomendem sanções contra o Xandão. O Xandão parece que está careca de preocupação.
Ressuscitaram o Onyx Lorenzoni
Jesus, Maria, José. Ressuscitaram o Onyx Lorenzoni. O site Metrópoles informa que a Polícia Federal cita o ex-ministro da Previdência de Bolsonaro e ainda o deputado Fausto Pinato (do PP de Ciro Nogueira e do Arthur Lira) nos inquéritos que envolvem a farra com o dinheiro dos aposentados. O supremo Dias Toffoli pediu para a Polícia Federal compartilhar as descobertas.
A treta é que os dois tiveram conexões financeiras com o presidente de uma das entidades que estaria envolvida na farra do INSS. Rolou até doação para eleição.
E o Lula que lute com a Abin
Os servidores da Abin resolveram que vão entrar na Justiça contra o diretor-geral da agência, Luiz Fernando Correa, e ainda ameaçam até uma greve. Tudo por conta de ele ter sido indiciado no rolê da Abin Paralela. O esquema rolou no governo Bolsonaro, mas Correa é um indicado de Lula. E o Lula acha que só um indiciamento não é suficiente para afastar o diretor do cargo.
Ainda é junho de 2025, mas só se fala das eleições de 2026.
O noticiário está assim hoje. Bolsonaro diz que Dudu Bolsonaro, o Zero Três, não será candidato ao Senado. O Valdemar da Costa Neto, nosso Voldemort, diz que não será candidato a deputado porque precisa continuar cuidando do PL. O PL, por sua vez, fez uma pesquisa própria que mostra que Michelle, Tarcísio e o Zero Três estão empatados com Lula no segundo turno. (Sim, a eleição é só no ano que vem). Como diz aquele bordão famoso: em 20 minutos, tudo pode mudar.

Hilton, we have a problem
E a deputada Erika Hilton vai ter que se explicar sobre o fato de ter contratado dois maquiadores para fazer parte do seu gabinete em Brasília. Ela diz que eles têm outras qualidades e, por isso, são assessores dela, e que só de vez em quando fazem uma maquiagem nela.
E o Trump
Parece que Irã e Israel pararam mesmo a guerra. E agora todo mundo diz que saiu vencedor da guerra dos 12 dias. (Alguém aí sabe dizer se é um número cabalístico? Esse nome foi dado por Trump). Mas, porém, todavia, entretanto, contudo, um relatório confidencial de uma agência americana diz que o bombardeio americano nas três instalações iranianas atrasou no máximo alguns meses o programa nuclear iraniano.
A gente que lute, BRASEW.
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