A gente não sabe de quem foi, mas que rolou um papelão geral da República, ah, isso rolou. Terça-feira pós-feriadão e Brasília amanheceu com ressaca política. Foi o Pedro Lucas, o ministro que nunca foi? Foi o Lula? A Gleisi? O Davi? O bloco do Desunião Brasil saiu às ruas só pra bagunçar o coreto do governo. E pra completar o caos, Xandão já puxou o bordão do dia: “E se fosse na sua casa?” Segura, BRASEW, que o melhor resumo da política brasileira desta noite só está começando.
Alcolumbre — a estrela de Davi mais brilhante do Senado — é o manda-chuva do Congresso. Há umas duas semanas, ele foi junto com Pedro Lucas levar o boy até Lula pra ungir como novo ministro das Comunicações. Gleisi "Narizinho" Hoffmann, a ministra desarticuladora-geral da República, não se aguentou e já anunciou na imprensa: "ele assume depois da Páscoa!" Ah tá.
Na semana passada, Pedro Lucas titubeou. Já era o sinal, BRASEW. Coincidentemente (ou não), no mesmo dia saiu uma reportagem dizendo que ele tinha destinado R$ 30 milhões em emendinhas pra prefeitura comandada por seu pai — numa cidadezinha de 25 mil habitantes no Maranhão. O ex-ministro, Juscelino Filho, caiu justamente por conta das emendas (ele foi denunciado pela Procuradoria Geral da República ao Supremo).
Hoje cedo começaram as especulações. Pedro Lucas passou o feriadão dizendo a aliados que não iria assumir. E no começo da noite: pá, ele e o União Brasil oficializaram a recusa. “Foi mal aí, Lula, mas não vou estar podendo.”
Só sei que nada sei
Agora não sabemos se Lula deixou de fazer algo que Alcolumbre pediu e daí o Alcolumbre, que é do União Brasil, mandou o Pedro Lucas, que é líder do partido na Câmara, recusar o convite e fazer Lula passar o maior carão de ser um presidente preterido (nunca antes na História do Lula isso aconteceu, de um ministro ser convidado publicamente e não aceitar o cargo).
Não sabemos se foi Rueda, o presidente do União Brasil (e que é bolsonarista), que desafiou o Alcolumbre e mandou o Pedro Lucas dizer não. Não sabemos se o Pedro Lucas ficou com medo de ter o mesmo destino do Juscelino com as emendas. Não sabemos se a Gleisi Narizinho se precipitou em dar a notícia de que o Pedro Lucas seria o novo ministro. Enfim, não sabemos nada, BRASEW. (Não sei nem porque estou aqui dando notícias. Aff.)
O que sabemos é que Alcolumbre deve viajar na caravana do Lula para o velório do Papa. Será que vai mesmo?
Não sabemos sequer se o Lula vai manter o ministério das comunicações na cota do União Brasil.
Para os Perdidos. O União Brasil foi formado da união do DEM com o PSL. O DEM é aquele partido que era do ACM e o PSL o partido alugado por Bolsonaro para se eleger presidente em 2018. Na eleição seguinte, os deputados eleitos na onda Bolsonaro deixaram o PSL, mas o dinheiro do fundo partidário ficou. E o Rueda também ficou junto com Luciano Bivar, que era o dono original do partido. Bivar chegou a ser presidente do União Brasil e depois foi fritado por Rueda, que assumiu o cargo. Teve até casa pegando fogo no meio da disputa pela presidência do partido.
Vai que é tua, Kassab
Esse é o União Brasil, que metade (metade modo de dizer, pode ser um pouco mais ou um pouco menos) vota com Lula e metade vota contra Lula. Mas mesmo assim tem vários ministérios (3, contando com o das Comunicações). Tem gente já dizendo que pode ser que agora o Lula dê o ministério para o PSD do Kassab (que também anda grudado com o bolsonarismo de São Paulo e nunca se sabe o que sai do Kassab). Enfim, será que o centrão vai desembarcar?
Réus e mais réus
Chega de perguntas, BRASEW. Vamos ao julgamento do golpe. O Supremo aceitou a denúncia do núcleo 2 do golpe, os gerentes do golpe que agora são réus em um processo criminal (lembrando que se tornar réu não é sentença de crime, darling). Ei-los:
Mario Fernandes. General reformado do Exército que fez o plano do Punhal Verde Amarelo (aquele que ia eliminar Xandão, Lula e Alckmin).
Filipe Martins. Ex-assessor de assuntos internacionais de Bolsonaro, que levou a minuta do golpe para a reunião do alto Comando.
Marcelo Câmara. Ex-assessor de Bolsonaro.
Silvinei Vasques. O ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal que deu a ordem para a operação que segurou eleitores de Lula no Nordeste durante as eleições.
Marília de Alencar. A ex-subsecretária da Segurança do Distrito Federal e ex-diretora de inteligência do ministério da Justiça de Bolsonaro.
Fernando de Sousa Oliveira. Ex-secretário-adjunto da Segurança do DF (Fernando e Marília respondiam a Anderson Torres, ex-ministro de Bolsonaro que também já é réu).
Modo Xandão
Xandão seguiu sua estratégia de mostrar vídeo para relembrar as pessoas do que foi o 8 de janeiro, só que agora acrescentou uma frase:
“Se um grupo armado, organizado, ingressasse na sua casa, destruísse tudo, mas com a finalidade de fazer seu vizinho comandar sua casa, você pediria anistia para essas pessoas?”
Xandão também disse que não fica impedido de julgar o caso porque os agora réus não estão sendo acusados por tentativa de assassinato, mas golpe de Estado.
"Aqui não se está analisando uma ameaça específica contra a pessoa física Alexandre de Moraes, aqui o que se está analisando é uma série de fatos encadeados pela PGR contra a instituição democrática Poder Judiciário.”
Modo Carmen Lúcia
Já a Carmen Lúcia não quer perdão. Não se comoveu com a Páscoa, nem com esse momento de “o papa morreu”.
“Falou-se tanto hoje, aqui, de Bíblia e de momento pascal, que acabamos de viver. Neste caso, não há o que perdoar – eles [denunciados] sabiam o que estavam fazendo.”
Delegado Ramagem
Ramagem, que virou réu junto com o núcleo principal da denúncia (o que tem Bolsonaro), é deputado federal e por isso seu caso passa pelo Congresso. A Constituição prevê que a Câmara pode suspender o processo penal contra crimes cometidos após a diplomação. Ou seja, a Câmara pode livrar Ramagem do processo por golpe de Estado no 8 de janeiro. Quem assumiu a relatoria do caso no Congresso foi um bolsonarista. O povo acha que agora vai ficar claro quem é contra ou quem é a favor de verdade da anistia.
Valdemar finalmente tira foto com Bolsonaro
Nosso Valdemar Voldemort, dono do PL, o partido que tem o Bolsonaro como estrela, finalmente tirou uma fotinho com nosso ex. Foi no hospital visitar o ex-presidente, que se recupera de uma cirurgia. Vira e mexe pipoca uma notícia de treta entre os dois dentro do partido.

Papáveis
Com a morte do papa, agora já se fala nos papáveis (o homem que será o substituto de Francisco). Já se fala em trumpismo ou não trumpismo na eleição do Vaticano. Só o que sei, darling, é que só homens votam. (e vocês notaram que uma das últimas visitas oficiais recebida pelo papa foi do JD Vance, o vice do Trump? não significa nada, darling. É só um fato.)
RIP Papa Francisco. Fiquemos com o que ele falou sobre o humor: “O senso de humor é um certificado de sanidade”.
É isso, BRASEW, voltem sempre aqui na TixaNews para renovar seu certificado diário de sanidade.
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