Edson Fachin assumiu a presidência do Supremo. Alguém pode até ter achado tudo meio monótono, mas parece que é isso mesmo que Fachin anda querendo: mais monotonia no Supremo. Seu discurso já deu o tom da gestão: nada de festinhas, nada de gracinhas fora dos autos, nada de manchetes polêmicas e, especialmente, nada de política. Juiz julga. Até o after, Fachin cancelou. Leia-se: o baile de posse (baile, baile mesmo).
Mesmo sem festa, sua posse foi concorrida. Todos os Poderes estavam por lá. E, para os bolsonaristas de plantão, Fachin não deixou dúvidas: ninguém larga a mão do Xandão. Ele usou palavras como “amigo”, “juiz feito fortaleza", “magistrado que engrandece o Tribunal”. E ainda mandou essa: "merece nossa saudação e nossa solidariedade, e sempre a receberá". Mas também completou que todos os outros ministros supremos vão ter solidariedade, se preciso for.
Só a título de registro: Xandão será o vice de Fachin no Supremo.
E o Barroso?
O supremo Barroso, que, sem sombra de dúvida, foi muito mais festivo do que será Fachin, deixou a presidência do Supremo deixando a dúvida no ar: será que vai se aposentar? Ele disse que sempre pode ser uma decisão. Mas, no Roda Viva, chegou a dizer que, quando entrou no Supremo, dizia-se que o Celso de Mello logo iria se aposentar, e, no fim, o decano só saiu quando chegou no limite de idade (um ministro supremo só precisa se aposentar aos 75 anos de idade).
O baile
O baile de posse é sempre oferecido por entidades da magistratura. Mas Fachin não quis saber dos quitutes, e sua posse reuniu mais de mil convidados no Plenário do Supremo mesmo. O recado parece ser: quero falar com todo mundo, mas aqui na sala da presidência.
Os humores do Xandão, by Carminha
A suprema Cármen Lúcia foi a escolhida para falar em nome de todos os ministros. Aproveitou o ensejo para também defender Xandão e fazer mil elogios ao supremo, dizendo que ele é um supremo que não se rende aos humores azedados.
“Com temperamento afirmativo e atuação muito eloquente, o ministro Alexandre de Moraes mantém-se com a mesma firmeza nas mais complexas situações. Não se deixa tocar por algum mal-estar, sequer por humores azedados.”
O Xandão
Teve posse, mas também teve decisões supremas. E uma delas foi a de Xandão para mandar notificar Dudu Bolsonaro de que ele está sendo acusado criminalmente pelo Ministério Público por meio de jornais.
A treta é a seguinte: Xandão não consegue notificar Dudu sobre o processo porque ele não está no Brasil. Mas Dudu segue com residência no Brasil e, inclusive, segue como deputado federal. Então, Xandão entendeu que pode usar esse recurso da lei penal de chamar um cidadão para se defender via notificação pública. Eis o que disse Xandão:
“Além de declarar, expressamente, que se encontra em território estrangeiro para se furtar à aplicação da lei penal, também é inequívoca a ciência, por parte do denunciado Eduardo Nantes Bolsonaro, acerca das condutas que lhe são imputadas na denúncia oferecida nestes autos, sobre a qual também se manifestou por meio de nota divulgada na rede social X.”
Se Dudu não se defender, o Supremo pode aceitar a denúncia do Ministério Público à revelia e até mesmo condenar Dudu, mesmo que ele não se defenda.
Fux
O supremo Fux também tomou decisões hoje. A pedido de Davi Alcolumbre, a estrelinha mais alta do Senado, o ministro supremo decidiu barrar a mudança de número de deputados para a eleição de 2026. Alguns estados teriam menos deputados por conta do número da população registrada pelo Censo. Alguns estados ganhariam mais deputados, enquanto outros perderiam cadeiras. Aí o Congresso, para tentar resolver esse problema, resolveu fazer uma lei que ampliava geral o número de deputados. Lembra disso? Sim, parece confuso, mas foi isso mesmo. O Congresso aumentou o número de deputados para evitar que alguns estados perdessem representação.
Mas Lula vetou o projeto, e até agora o Congresso não avaliou se derruba ou não o veto. Na dúvida, Alcolumbre pediu para o Supremo adiar a mudança. E o Fux concordou em adiar a mudança. O caso vai para o colegiado do Supremo.
Mais um veto
Lula, que já tinha vetado o aumento do número de deputados, agora vetou trechos da mudança da Lei da Ficha Limpa que reduziria o tempo de inelegibilidade de políticos. Mais uma para o Congresso decidir se derruba o veto presidencial e fica com a conta.
Tarcísio mansinho
Tarcísio se lançou candidato a presidente e já tinha até slogan: 40 em 4. Agora está todo pianinho porque não quer perder o apoio de Bolsonaro. Hoje foi visitar o nosso ex e garantiu que será candidato à reeleição para governador, e defendeu mais uma vez a anistia para pacificar o país.
Flavitcho, o filho 01 que é senador, deu a real do rolê: parece que Tarcísio vai mesmo receber o aval de Bolsonaro. O senador garantiu que a centro-direita vai estar junta (em outras palavras, parece que Dudu Bolsonaro dançou mesmo).
“O presidente hoje apadrinha o Tarcísio, ele é do nosso campo político. Mas não haverá decisão nenhuma enquanto não soubermos o que vai acontecer com o projeto da anistia. Somente após o processo legislativo, com o seu desenrolar final, poderemos discutir nomes. Não há por que antecipar nada. Enquanto não resolvermos a questão da anistia, não há como tomar decisão com base em achismos ou torcida.”
Israel e Gaza
Hoje Trump anunciou um plano de paz que foi amplamente aceito por Israel. O Hamas parece que não aceita muito. E daí Trump disse que, se o Hamas não aceitar, Israel vai ter que responder. Enfim, parece mais do mesmo, né? Mas o que não é mais o mesmo é o apoio da população americana. Uma pesquisa Times/Siena mostra que, se logo depois dos ataques terroristas promovidos pelo Hamas em 2023, 47% da população se dizia ao lado de Israel e apenas 20% ao lado dos palestinos, agora está assim: 34% estão do lado de Israel e 35% dos palestinos.
Além disso, seis em dez americanos disseram que Israel deveria encerrar sua campanha militar, mesmo que os reféns israelenses restantes não fossem libertados ou o Hamas não fosse eliminado. E 40% dos eleitores disseram que Israel estava matando civis intencionalmente em Gaza, quase o dobro do número de eleitores que concordaram com essa afirmação na votação de 2023.
Por falar em Trump
Lula disse hoje que vai levar a Janja quando for falar com o Trump. Janja fez sinal de não, tipo um “me inclua fora dessa, companheiro”. Até agora, ninguém sabe ainda se, e quando, vai ter a tal conversa da química.
Vida loka, BRASEW. E hoje é só segunda-feira.
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