Eis que hoje surge uma proposta para a pacificação completa do país. A lápide do pacote da paz que vai ocupar o cemitério institucional foi escrita por Flavitcho Bolsonaro, o zero um: anistia ampla, geral e irrestrita + impeachment de Xandão. (E pensar que até outro dia ele defendia anistia até para o próprio Xandão).
Pois é, BRASEW, se o que falta para a paz é aprovar esse pacotinho Bolsonaro, é melhor todo mundo se preparar para a guerra. A começar pelo fato de que essa anistia não tem esse apoio todo do povo brasileiro, como os Bolsonaros querem fazer crer. É só ver a quantidade de gente nas ruas nas manifestações. Além disso, as pesquisas mostram que a maioria dos brasileiros não quer Bolsonaro candidato. Não tá fácil, tá difícil, vou ali comprar um pão na padaria.
Na Câmara dos Deputados, o motim bolsonarista foi geral: microfone tomado, mesa diretora invadida, ameaça de pautar a anistia à revelia do presidente da Câmara, ameaças de travar o Congresso e enterrar o projeto que isenta os mais pobres do Imposto de Renda (queria saber por que sempre sobra para os pobres).
E aí Alcolumbre, o Davi estrela do Senado, e Huguito Motta fizeram o que mais estão acostumados a fazer neste ano: cancelaram a sessão.
Cê que sabe
Kassab, o todo-poderoso dono do PSD e de mais prefeituras do que qualquer outro, reapareceu para lamentar a prisão de Bolsonaro. Ao melhor estilo Centrão:
“Me associo na solidariedade ao ex-presidente, lamentando a sua prisão, sem entrar no mérito da questão. É tudo que o país não precisava, esse enfrentamento, esse desgaste, essa escalada. É lamentável o que o país está vivendo."
Xandão criticado
Aqui e ali, Xandão andou perdendo apoio pelo BRASEW. Se até semana passada o foco eram os Bolsonaros contra o Brasil (traidores da pátria que estavam batendo palmas para o tarifaço de Trump), agora a discussão é se Xandão exagerou, ou não, ao responsabilizar Bolsonaro por publicações na rede de outras pessoas. Dois editoriais, da Folha e do Estadão, dizem que Xandão errou e defendem a liberdade de expressão do nosso ex.
Supremos em off
Os ministros supremos trataram de soltar informações pela imprensa. Os chamados offs, quando falam sem o jornalista dizer que eles são eles. Para a Folha, fizeram chegar que Xandão precisa dar uma freada, exagerou, essas coisas. Errou. Mas continua com apoio institucional dos ministros. Até aventam a possibilidade de Xandão mudar sua decisão.
Em outra frente, querem fazer crer que Xandão ganhou força no Supremo desde que veio a Magnitsky, não importa o que ele faça, e que não restou outra alternativa a não ser mandar prender Bolsonaro mesmo. Para o Globo, alguns disseram que, se não for tracejado um limite para a atuação do nosso ex e dos seus filhos, o cenário político vai degringolar e polarizar ainda mais a eleição de 2026.
Mas só saberemos o que pensam os ministros e como vão agir (se eles vão apoiar Xandão) quando os advogados de Bolsonaro recorrerem da decisão da prisão. O caso pode inclusive passar pela Primeira Turma (Zanin, Dino, Cármen, Fux e Xandão) e ir parar no Plenário, segundo entendem alguns advogados. (Ou então, Xandão pode voltar atrás na decisão. Qual a chance?)
Até a Faria Lima?
Na semana passada, o zap da Faria Lima já dizia que Xandão, com teimosia e prepotência, tinha feito o Supremo perder credibilidade. Especialmente insistindo em se manter relator do caso Bolsonaro. E olha que é um povo que quer Bolsonaro condenado e fora do páreo em 2026.
A Faria Lima é onde ficam os bancos. E os bancos estão com abacaxi na mão por conta da Magnitsky, já que precisam cortar os cartões do Xandão se não quiserem tomar na cabeça uma martelada dos Estados Unidos.

Deuses gregos
O Brasil pegando fogo e o presidente do União Brasil indo comemorar aniversário na Grécia. Agora virou modinha comemorar níver nas ilhas gregas. Todo mundo quer ser deus grego. Outro dia foi aquele moço cantor, o Gusttavo Lima, com direito a empresários das bets e tudo na festinha (e ministro supremo também).
Agora quem foi comemorar níver por lá foi o Antonio Rueda, o tal presidente do União Brasil (aquele partido que uniu PSL e DEM). A propósito, o empresário do tigrinho que foi investigado na CPI também estava na festinha, além de Ciro Nogueira, amigo do empresário do tigrinho (que, como revelou a revista piauí, tinha negócios com o dono da bet Fernandim OIG). Ciro é aquele senador, cacique do Centrão, que foi ministro de Bolsonaro (e foi até visitá-lo hoje na prisão domiciliar).
Outra tornozeleira
E eu que esqueci de contar que Xandão botou uma tornozeleira no Marcos do Val, o senador que fingiu que não era com ele a decisão suprema de que seu passaporte estava detido e foi para a Disney. Supremo nas cordas. Vamos ver como essa crise vai andar, BRASEW.
É nesta quarta
Tarifaço começa nesta quarta, BRASEW. E o Lula disse que não vai ligar para o Trump porque ele não quer falar. Mas garantiu que vai ligar para o presidente americano, que se acha o presidente mundial, para convidá-lo para a COP. Aff, daqui a pouco Lula vai ficar ouvindo sermão de Trump sobre desmatamento (isso foi usado como argumento em algum momento para botar as tarifas).
Só sei que está cheio de países dizendo que não vão para a COP por conta dos preços das hospedagens em Belém.
Trump não falou de Bolsonaro ainda. Hoje ele estava focado em dizer que vai tomar uma decisão nesta quarta sobre se vai impor sanções a países que comprarem petróleo russo. Ele também fez nova ameaça de aumentar ainda mais as tarifas da Índia, devido às compras contínuas de petróleo russo pelo país. Olha os Brics aí, gente!
Acorda, agro!
E enquanto a bancada ruralista desmarca reunião do tarifaço para discutir o que fazer pelo nosso ex na prisão domiciliar, podem não estar vendo o bonde do Trump passar.
A repórter Alexa Salomão, da Folha, ouviu o advogado Andrés Lopes da Costa em uma entrevista pingue-pongue e o papo é sério: o tarifaço é uma bomba jurídica que pode explodir ao sabor do humor de Trump.
O presidente americano usou a IEEPA, uma lei emergencial de guerra econômica, que dá a ele poderes absolutos. Tipo assim: se uma empresa brasileira usa tecnologia americana, software gringo ou paga em dólar, Trump pode, de uma hora para outra, impedir essa empresa de exportar para qualquer lugar, até pra Marte. Não precisa de Congresso, aviso ou processo. É só dar enter.
E não para por aí. Empresas brasileiras correm o risco de serem banidas do sistema financeiro global, perderem fornecedores, crédito internacional (isso, ao melhor estilo do que foi feito com o Xandão) e até acesso a fertilizantes russos — um dos maiores calcanhares de Aquiles do agro nacional.
A lei que Trump usou é a mesma aplicada contra o Irã. E agora... contra o Brasil. Boa sorte com a próxima safra, BRASEW.
Vão aí que eu vou ali esperar o tarifaço comendo pão francês.
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