"Causa profunda estranheza que essas inverdades venham a público justamente após a determinação de afastamento dos filiados (ministros do governo Lula filiados ao partido)”. As inverdades, no caso da nota emitida pelo União Brasil, seriam a de que o presidente do partido, Antonio Rueda, era dono de aviões usados pelo PCC.


Seguindo essa lógica da nota oficial do partido do Rueda, a TixaNews (essa newsletter maravilhosa) emite sua própria nota oficial. “Causa estranheza que a PEC da Blindagem tenha incluído foro privilegiado ao presidente do União Brasil justamente na véspera da publicação dessas inverdades.”

Sim, BRASEW, hoje é treta atrás de treta. Se segura que o ICL Notícias e o UOL esquentaram o noticiário com direito a piloto de avião delatando conexões de Rueda com o PCC na Faria Lima.

E o que eles revelaram? Que o piloto de avião, de nome Mauro Caputti Mattosinho, afirmou em depoimento à Polícia Federal e em entrevista aos sites que Rueda é o verdadeiro dono de ao menos quatro jatinhos operados por uma empresa de táxi aéreo ligada a Beto Louco e Primo, investigados por suspeita de lavar dinheiro para o PCC na Faria Lima.

Rueda negou veementemente e foi à Procuradoria-Geral e à Polícia Federal para dizer que pode esclarecer tudo, e ainda apresentou para a diretoria do seu partido os recibos dos valores que desembolsou quando usou a tal empresa de táxi aéreo. Enfim, não sou polícia, só dou notícias. Vocês que lutem.

Pensamento aleatório. Eis que lá pelas tantas, ao ler a notícia sobre o caso Rueda, fico sabendo que o advogado de Bolsonaro, Celso Vilardi, também é o advogado do Beto Louco.

Tal coincidência

Mas a nota do União Brasil prossegue:

"Tal ‘coincidência’ (não, darling, não é a coincidência do advogado do Bolsonaro — é a coincidência lá do começo do texto) reforça a percepção de uso político da estrutura estatal para desgastar a imagem da nossa principal liderança."

E eis que hoje o União Brasil exigiu a saída de todos os ministros do partido do governo Lula. O que eles querem sugerir com essa “coincidência”? Que o governo Lula estaria usando a Polícia Federal para vazar denúncias de políticos que estariam ligados ao PCC. Outro dia, o Ciro Nogueira também apareceu em denúncia e também negou veementemente qualquer envolvimento com o PCC na Faria Lima.

Outra tal coincidência

A propósito, já que o União Brasil levantou esse tema das “coincidências”, vale notar que a primeira tentativa de votar à toque de caixa a PEC da Blindagem foi feita às vésperas da megaoperação da Polícia Federal que inaugurou oficialmente a temporada do PCC na Faria Lima. Já que quem lê a Tixa adora um bastidor, eu te conto: o que tinha de gente que já sabia da operação que explodiu na Faria Lima não está no gibi.

Para os Perdidos. Para quem está perdido e não sabe o que é a PEC da Blindagem, trata-se de uma proposta para alterar a Constituição que foi votada pelos deputados nesta semana e prevê que parlamentares só podem ser alvo da Justiça com a aprovação do próprio Congresso. E o projeto incluiu em seu texto que presidentes de partidos, mesmo que não sejam deputados (caso do Rueda), tenham direito a foro privilegiado.

Pergunta que não quer calar

Davi Alcolumbre, presidente e estrelinha-mor do Senado, que tem sido aliado de Lula e já prometeu que vai demorar a votar a PEC da Blindagem, é também do União Brasil. E aí? Ele é da parte da União ou da parte da Desunião?

Sobre Rueda

Antonio Rueda era aliado de Dudu Bolsonaro e do próprio Jair Bolsonaro quando eles estavam no PSL, o partido que elegeu Bolsonaro presidente. Quando o partido ficou gigante, acabou se unindo ao DEM, que era o partido de Alcolumbre e ACM Neto. Depois da fusão, Luciano Bivar, que era o dono do PSL, assumiu a presidência do recém-formado União Brasil. Anos depois, quando deveria sair, rolou a maior treta e brigas homéricas com Rueda. Rueda ganhou e assumiu o União Brasil (mas até sua casa foi queimada).

Kim

O Kim Kataguiri resolveu dar trabalho e entrou com um processo no Supremo para questionar o trâmite da PEC da Blindagem. Kim, a propósito, é do União Brasil. Sim, darling, o mesmo partido do Rueda e do Alcolumbre. E o supremo Dias Toffoli já saiu dando prazo para a Câmara explicar por que, afinal, um texto foi aprovado (sem o voto secreto para tirar um deputado de encrenca) e chegou ao Senado com outro texto (com a previsão do voto secreto). E o Kim também questiona a extensão do foro privilegiado para presidentes dos partidos. E aí, Kim? Seu partido, afinal, é o União ou o Desunião?

Anistia, já, SQN

Não vai ter anistia para Bolsonaro. E quem disse isso? O relator do projeto da anistia, que ainda vai ser escrito. Sim, BRASEW. Como falamos ontem aqui nessa news, foi aprovada apenas a urgência para votação do projeto da anistia. Mas ninguém sabe que anistia será essa. O relator escolhido foi, de fato, o Paulinho da Força, e foi ele que saiu dando entrevistas hoje dizendo que não tem como salvar Bolsonaro, que é impossível fazer uma anistia ampla, geral e irrestrita, e que vai fazer um texto de consenso. Se assim for, o Bolsonaro que encontre um plano B.

Bolsonaristas ainda acreditam

O Sóstenes Cavalcante, líder do PL, disse que é normal o Paulinho da Força sair dizendo essas coisas porque ainda não ouviu os argumentos deles. Então, tá. Boa sorte, Sóstenes. E podemos dizer que, de fato, na política tudo muda ao sabor do vento e das emendas.

Dino on fire

O Supremo Dino mandou a Polícia Federal investigar a Family Bolsonaro por conta da gestão da pandemia durante o mandato do capitão. A decisão vem nove meses depois de a PF ter pedido para fazer a investigação. Parece recado? Não, imagina.

Recado direto mesmo foi o voto do Dino, em um caso do ex-deputado Chiquinho Brazão, em que ele diz que o exercício do mandato parlamentar não comporta trabalho remoto em tempo integral. Recado mais direto, impossível.

Ontem foi o Alcolumbre, hoje o Supremo Dino. Quem mais?

Se segura, BRASEW, que notícia não vai faltar.


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