Lira, nosso Arthurzito, tomou os ares de Lisboa e resolveu aparecer. Sabe como é, o festival Gilmarpalooza causa esse efeito nas pessoas. Arthurzito saiu dizendo em terras portuguesas (porque essa gente é chique e toma vinho em euro) que os supremos (que também estão lá, tomando vinho em euro) não têm voto para decidir orçamento (alguém aí topa fazer contagem de votos?).

Arthurzito ainda quis relembrar seu tempo de ex-dono da Câmara frigorífica e defendeu que todo mundo precisa voltar umas casas nesse jogo imobiliário para acabar com a treta geral da República que se instalou no BRASEW!!! Nossa, que diplomacia, hein, Arthurzito? Ele disse que só assim o Congresso vai conseguir votar a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil (lembrando que é o Arthurzito que não aceita de jeito nenhum que se aumente o imposto de quem ganha mais de R$ 1 milhão, desde o ano passado).

Para quem está perdido, começou um movimento nas redes sociais, puxado pelo discurso de ricos x pobres encampado pelo governo, para tentar colar no Congresso a pecha de inimigo do povo. Um dos mais atacados é Hugo Motta. Huguito é o atual dono da Câmara frigorífica e está sendo chamado pela esquerda de Hugo Não Se Importa. E o pior é que é um apelido fácil de pegar, darling.

Mas o efeito Arthurzito foi tão grande que até uma bandeira antiga sua, de tirar as asinhas de partidos enxeridos, voltou para a pauta. Davi Alcolumbre, a estrela-mor do Senado, disse que vai apresentar uma proposta de lei para impedir que partidos com pequena representação possam entrar com ações no Supremo contra decisões do Congresso. Nossa, que democrata, hein, Alcolumbre? Como disse hoje um advogado: por que temer uma ação de constitucionalidade se o Congresso tomar decisões dentro das quatro linhas? (É, que medo é esse, Davi?)

Tretas palacianas

O festival Gilmarpalooza virou palco das tretas palacianas. Como todo mundo sabe, todo ano, Gilmar e Brasília inteira se mudam para Lisboa. Mas, neste ano, a semana do convescote do Gilmar calhou de cair bem na semana seguinte ao Congresso ter derrubado o IOF de um decreto feito por Lula e de Lula ter entrado com ação no Supremo. (O Psol também entrou com ação no Supremo, e por isso Alcolumbre quer cortar as asinhas dos partidos menores).

Está se falando de tudo lá em Lisboa. Até ameaças de volta da discussão da anistia do 8 de janeiro. Mas, no pano de fundo, está a discussão em torno das emendas parlamentares, aquele dinheiro do orçamento público que é distribuído e que o Congresso faz de tudo para deixar secreto. Quando Lira diz que o Supremo não tem voto para cuidar do orçamento, só não conta que esse mesmo Supremo está tentando dar transparência à distribuição do dinheiro.

Os votos

Arthurzito diz que o Supremo não tem voto, mas todos os ministros supremos foram escolhidos por presidentes da República que, por sua vez, tiveram milhões de votos. Para se ter uma base de comparação, Arthurzito teve pouco mais de 200 mil votos para ser eleito deputado federal por Alagoas.

Só sei que a Folha noticiou hoje que a cúpula do Congresso prepara um pacotinho para obrigar o governo Lula a seguir um cronograma para liberar as tais emendas antes das próximas eleições.

O supremo Dino também se manifestou durante o Gilmarpalooza. Dino é o relator do processo que tenta obrigar os parlamentares a implementarem um programa de transparência na liberação das emendas (o Congresso, vira e mexe, acha um jeito de esconder quais deputados mandam e quanto de dinheiro mandam para que tipo de obras). Eis o que disse Dino:

"No momento em que as emendas impositivas nasceram, nós tivemos essas dificuldades de governabilidade com vários presidentes da República, de diferentes partidos. Isso mostra que há uma necessidade de revisão do modelo."

Como até o Bolsonaro já percebeu, ganha a eleição do ano que vem quem mandar no Congresso.

Ah, Tixa. Já tava com saudades de você!

Nós vamos invadir sua praia

E hoje é tanta treta que teve até o Boulos comemorando a invasão feita pelo MTST em uma das sedes do banco Itaú (sério, Boulos?). A vida é assim: a esquerda finalmente reencontrou uma pauta que pode colar com o eleitorado (a dos pobres x ricos) e, daí, já quer voltar com invasões. E o Lula não ficou para trás. Foi para a Argentina assumir a presidência do Mercosul, mas achou um tempo para segurar uma plaquinha de "Cristina Livre" (sério, Lula?). Cristina é a ex-presidente da Argentina, condenada à prisão por corrupção.

Então, o resumo é esse: a esquerda está ressuscitando a pauta dos ricos x pobres, das invasões e da corrupção. Que beleza! Hoje é o dia da volta dos que não foram, BRASEW!

Os ricos do Trump

Mas, se tem alguém que vai lá e assume que é a favor dos ricos, é o Trump. O presidente americano apresentou um projeto que ele chamou de Grande e Belo para cortar impostos dos ricos, tirar o Medicaid dos pobres (plano de saúde subsidiado para quem tem mais de 65 anos), aumentar gastos para combater imigrantes ilegais e aumentar gastos para criar um domo de proteção para os Estados Unidos, parecido com o de Israel (Tixa, não era o Trump que ia acabar com todas as guerras?). Rombo estimado: US$ 3,3 trilhões. E pensar que o Haddad só quer 10 bi de reais para fechar as contas.

O projeto de lei fez até o Elon Musk se tretar com o Trump por conta do aumento do déficit. Mas o Congresso americano aprovou. Foi apertado, mas Trump finalmente teve algo aprovado pelo Congresso.

Só posso dizer uma coisa: acorda, BRASEW, que eu vou ali passar um frio!


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