Faltou dinheiro no governo e, assim como quem não quer nada, Haddad – nosso Fernandinho Cabelo – foi lá e anunciou um aumento de imposto. Repetindo: aumento de imposto. O homem das taxas das blusinhas. O homem acusado de tentar taxar o Pix (não era verdade, mas a imagem pegou). Sim, ele em pessoa anunciando um aumento de imposto. E detalhe: sem avisar ninguém (mas ele jura que o Lula sabia).

Nem os líderes do governo no Congresso estavam sabendo do rolê.
Foi tão de surpresa que os bancos e os presidentes da Câmara e do Senado estão agora emparedando o governo. O presidente da Câmara frigorífica, Hugo Motta, já deu até prazo: 10 dias para o Haddad apresentar um novo projeto. (Entendeu por que a gente chama a Câmara de frigorífica?)

Já tem gente fazendo apostas de quando Aloizio Mercadante ou Geraldo Alckmin assumirão o Ministério da Fazenda.
Alguns inclusive dizem que Haddad já devia ter caído no ano passado, quando anunciou em rede nacional o fim do imposto de renda para quem ganha até 5 mil reais e foi emparedado pelo Lira, nosso Arthurzito, que na época era o dono da Câmara frigorífica. Adivinha o que Haddad teve que fazer? Recuar. E até agora não saiu a tal isenção.

Basicamente, a história é a seguinte: o governo ficou sem dinheiro. O rombo era de uns 50 bi. Haddad precisava fazer brotar algum na conta para não ter que suspender pagamentos de benefícios sociais. Conseguiu bloquear 30 bi de gastos e ia pegar os outros 20 bi do tal aumento do imposto. E achou por bem aumentar um imposto que a população brasileira em geral não conhece muito: o imposto sobre operações financeiras.

O IOF é tipo um primo da finada CPMF, mas ele incide sobre operações específicas, como empréstimos e cartões de crédito em compras internacionais.

Haddad pensou que, como no governo Bolsonaro o IOF do cartão de crédito, por exemplo, era o dobro do que é hoje (mesmo com o aumento), ninguém iria reclamar (ô coitado). Mas o aumento da alíquota pegou em cheio os empréstimos para pequenas e médias empresas. Os bancos alardearam o fim do mundo (aumento de 40% no custo).

Ontem, Haddad foi ter com Motta e Davi Alcolumbre (a nossa estrela do Senado). Saiu da reunião, tarde da noite, dizendo que não ia mudar nada. Foi emparedado hoje. Motta não só deu um prazo como ainda disse que o Lula é que devia interferir. E ainda deu uma de bonzinho. Ele disse que, se a Câmara e o Senado quisessem, teriam derrubado o aumento da alíquota do IOF ontem mesmo. Aff.

Mas, porém, todavia, entretanto, contudo, é bom lembrar que os nossos queridos congressistas têm nas mãos 50 bilhões de reais do dinheiro público para gastar em emendas parlamentares. Boa parte desse dinheiro sem qualquer transparência (apesar do supremo Dino tentar e tentar fazer com que os congressistas digam onde torram o dinheiro). Inclusive, sabe os 30 bi que o Haddad cortou? Uns 8 bi são de emendinhas parlamentares. (Aí a gente já fica aqui na desconfiança de que tem um motivo para o Congresso estrilar, né?)

Mas enquanto Haddad não aprende a se comunicar, o Congresso faz a festa.

Até o Felipe Neto já largou mão de tentar ajudar na comunicação.

E esses bancos, hein?

Há uns meses, o Lula anunciou o empréstimo consignado para quem der o FGTS como garantia. Era para baixar juros. Daí saiu hoje a taxa média desse tipo de empréstimo e ela subiu de 44% em março para 59% em abril. Oi? E pensar que a Gleisi Narizinho Hoffmann chegou a apelidar de “empréstimo do Lula”. Sorte dela que voltou atrás. O chefe das estatísticas do Banco Central disse que a taxa subiu porque os trabalhadores com carteira assinada podem ser demitidos e, por isso, o risco de crédito seria maior (mas se o FGTS garante? Como é isso?).

Trama golpista

Teve mais depoimento hoje. Foi a vez do ex-Advogado Geral da União, Bruno Bianco. Ele disse que, logo após as eleições, Bolsonaro perguntou se tinha problemas nas urnas. Ele disse que não. Bolsonaro insistiu. E ele disse que não de novo. E que então Bolsonaro teria se dado por satisfeito.

Que engraçada você, né, Tixa?

De MAGA a TACO

Trump não anda lá muito feliz com um termo que tem viralizado nos States. TACO, que foi cunhado por um economista em artigo escrito no Financial Times e que significa Trump Always Chickens Out (em bom português, Trump sempre amarela). Tudo por conta desse vai-não-vai das tarifas.

E agora chega que eu preciso ir ali comer um TACO, BRASEW. 🌮


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