A crise do metanol em bebidas destiladas tem a pinta de estar só começando. Pelo menos cinco pessoas morreram intoxicadas em São Paulo, e começam a aparecer casos noutros estados. Clubes e bares estão avisando seus clientes que vão parar de vender as bebidas por um tempo. Mas, como esta é uma newsletter sobre política, falemos sobre política. O que estamos assistindo neste momento é mais um embate entre Tarcísio e Lula sobre quem vai ser o dono da crise (isso é que é confiança de que podem resolver o problema assim facilmente, né?). Pano de fundo: eleições 2026 na rua, BRASEW, e a segurança pública vai ser um dos principais temas da disputa.


O ministro da Justiça, Lewandas Lewandowski, anunciou hoje que a Polícia Federal vai investigar o caso sob a alegação de que o caso teria conexões com o PCC e não está restrito a São Paulo (o que daria a jurisdição para o governo federal). Uma teoria sobre o envolvimento do PCC veio de uma associação de combate à falsificação, de que o PCC poderia estar se desfazendo do metanol que sobra dos postos de combustíveis adulterados para enfiar em garrafas de destilados. (Já pensou se a moda pega? Matar os clientes?). O governo federal botou até o ministro da Saúde na jogada, dizendo que vão tentar comprar um remédio que ajuda a resolver a intoxicação.

Já o Tarcísio entrou um dia atrasado na história. Os esquerdistas encheram as redes dizendo que o governador não pôde ontem porque estava mais preocupado com Bolsonaro do que com a população. Fato é que, hoje, o governador desmarcou até agendas públicas para mostrar que está pronto para resolver o problema e saiu dizendo: não tem nada a ver com o PCC. Tarcísio viu a urgência porque ele já perdeu a comunicação no outro caso do PCC, o da Faria Lima.

“Tudo o que acontece é o PCC. Tem se especulado sobre a participação do crime organizado nessa adulteração de bebida. Não há evidência alguma.”

Só hoje começaram a ser fechados bares e adegas em São Paulo onde estavam vendendo produtos suspeitos.

Senso de crise

Huguito Motta, nosso atual dono da Câmara frigorífica, que adora resolver suas crises com a crise dos outros (senso de oportunidade é tudo na vida da pessoa), de repente, não mais que de repente, botou urgência em oito projetos de segurança pública. Quando um projeto entra em urgência no Congresso, significa que vai direto à votação do Plenário. E qual a crise do Huguito, Tixa? A crise da anistia, dosimetria, PEC da blindagem, todas juntas ao mesmo tempo.

Huguito parece que está usando o mesmo modus operandi da crise dos bolsonaristas que tomaram sua cadeira no Congresso, e ele teve que entregar a solução para o ex-Arthur Lira. Na época, para mostrar força, Huguito aproveitou a onda do vídeo do Felca para botar urgência no projeto que regulava as redes sociais para proteger crianças e adolescentes.

Nota nada aleatória. Os projetos pautados por Huguito não têm a ver com a PEC da Segurança Pública encaminhada ao Congresso pelo Lewandas.

Enfim o IR

O presidente da Câmara ainda fez mais uma hoje: garantiu que o projeto que isenta de Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil vai ser votado. Aleluia!!! Mas ainda está a maior treta sobre a forma de compensar a perda de arrecadação. O projeto original do governo, e depois chancelado por Arthur Lira, que é o relator, quer taxar os mais ricos. Mas está o maior lobby para que essa parte não fique assim.

Barroso vai curtir uma Brahma

O supremo Barroso, o agora ex-presidente supremo, resolveu fazer um retiro espiritual organizado pela Brahma Kumaris. O que se diz é que o ministro pretende refletir sobre a possibilidade de se aposentar. Você nem imagina, darling, o que tem de gente entrando junto na rede de orações para que ele se aposente mesmo e deixe a cadeira vaga. É Rodrigo Pacheco, é Messias, é Bruno Dantas.

Mas o que é a tal Brahma Kumaris? É um movimento espiritual criado na Índia por um homem, mas que entregou todo seu legado para oito jovens mulheres, e hoje a organização é comandada por mulheres. Quem sabe se Barroso se aposentar, Lula se inspira na Brahma e indica uma mulher para a vaga dele? Né?

Gilmar, o supremo

Gilmar Mendes está todo trabalhado em discutir projetos de lei contra sanções estrangeiras a autoridades brasileiras. Nas redes sociais, Paulo Figueiredo, o amigo de Dudu Bolsonaro que faz lobby com ele contra o Brasil a favor de Bolsonaro direto dos States, disse que o decano pode se espernear quanto quiser, mas que as sanções vão chegar até ele. Aff. Quando essa novela acaba?

Ainda estamos para descobrir quem tem melhor lobby depois que o Trump acenou que adorou o Lula e que vai negociar com ele.

Valdemar

E o Valdemar Costa Neto, que manda e é dono do PL, andou sinalizando que o partido pode topar a história de dosimetria em vez de anistia. Dosimetria é a história de reduzir as penas de quem foi condenado pelo 8 de janeiro. Muita gente sairia da prisão com essa solução. E Bolsonaro teria uma bela redução da pena.

E vem mais fundo por aí

A Comissão Mista do Orçamento quer aumentar o fundo eleitoral para as campanhas de 2026. Nossa, que surpresa, né? Estão falando de uns R$ 5 bilhões do nosso dinheiro.

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