A Câmara dos Deputados aprovou a toque de caixa e com ampla maioria a famosa PEC da Bandidagem (que pretendia blindar os digníssimos e nobres deputados de serem investigados por crimes). Inclusive com votos do PT e de todos os bolsonaristas. Aí rolaram umas manifestações nas ruas. Nas redes, galera revolts total. Houve choro e ranger de dentes. Deputados se arrependeram de seus votos. E hoje o Senado fez o quê? Enterrou a tal proposta de emenda à Constituição. Enterrou, enterrada. Arquivada e pronto.
Mas o deputado Doutor Luizinho, do PP — o partido sob a tutela de Ciro Nogueira e Arthur Lira — achou que devia passar um recibo. E discursou:
“Hoje a gente teve um exemplo clássico de um comportamento errático do Senado, diferente do que teoricamente estava acordado com o presidente Hugo Motta e o presidente Davi Alcolumbre. Reforço a necessidade para que a gente possa construir algum tipo de texto, de solução que esteja negociada entre a Câmara e o Senado, para que a gente não possa ser exposto novamente.”
Sim, Luizinho, a Câmara está exposta — e, olhando aqui de fora, não parece que seja por falta de algum cumprimento de acordo entre Motta e Alcolumbre, viu? Just saying.
Nota aleatória. Estão me soprando ao ouvido aqui na redação que Doutor Luizinho é médico ortopedista. Sua ascensão política se deu por uma empurrada do Pezão, e agora ele revela a fratura exposta na Câmara. Como diria Zé Simão: é um predestinado.
A propósito, só não viu quem não quis o recadinho do Alcolumbre (o Davi que é a estrelinha-mor do Senado) que, na semana passada, deixou claro que mandaria a PEC para um rito normal e que não faria votação de urgência no Plenário.
O rito normal de um projeto de emenda à Constituição requer que o caso passe primeiro por discussão na Comissão de Constituição e Justiça e só depois vá à votação no Plenário. Ficou parecendo que, no mínimo, ia demorar pacas para ser apreciado. Mas aconteceu pior do que o esperado. Na sessão de hoje, o relator do projeto, Alessandro Vieira, apresentou seu parecer para derrubar totalmente a PEC. Seu parecer foi aprovado por unanimidade. E, com isso, como preveem as regras da casa, o projeto foi arquivado.
Se a blindagem se foi, como fica a anistia?
O povo já está achando que a anistia (que virou dosimetria) não vai ser votada tão cedo, apesar de toda a urgência aprovada. Na semana passada, Gleisi e Lula tinham chegado a dizer que até era razoável se falar em redução de penas. O Supremo também sinalizou que tudo bem se o Congresso reduzisse penas. Também se dizia que Alcolumbre toparia uma redução de penas.
Mas aí veio a Magnitsky para a esposa do Xandão. Aí veio o Paulinho da Força ressuscitando Aécio Neves e Temer. Aí veio o Trump dizer que tem química com o Lula.
O PT fez até uma cartinha hoje dizendo que não vai aprovar nada: nem anistia, nem redução de pena. E mesmo o PL anda dizendo que é anistia ou nada.
O Paulinho da Força, que está como relator do projeto, até está tentando trazer de volta os bolsonaristas para o barco. O argumento foi justamente a declaração química do presidente americano. E Paulinho declarou à Folha:
“Eles têm que ficar preocupados.”
Não entendeu? Ele quis dizer que, com o Trump se aproximando de Lula, pode ser que seja enterrada de vez a anistia ampla, geral e irrestrita.
Segue o inferno astral do Dudu
Dudu Bolsonaro, o filho 03 que faz lobby nos Estados Unidos, ainda ganha salário de deputado federal no Brasil. Mas hoje a Câmara abriu um processo administrativo contra Dudu para que ele pague quase R$ 14 mil por não ter faltas justificadas em março. Depois de março, Dudu tirou licença. Mas já tem mais de um mês que a licença acabou, e ele segue faltando ao trabalho.
Tarcísio foi abençoado mesmo?
O Tarcísio parece que finalmente recebeu o aval de Bolsonaro para ser o candidato à Presidência. A informação foi publicada primeiro pela colunista Andreza Matais, do Metrópoles, e uma fonte próxima ao Tarcísio disse para essa lagartixa maravilhosa que é isso mesmo. E deu uma informação a mais: a instrução é para o apoio ser divulgado oficialmente em janeiro. Aff. Até lá o Bolsonaro vai mudar de ideia umas dez vezes, não?
É muita química e pouca física
E o Lula foi lá e confirmou hoje que rolou mesmo uma química com o Trump. Mas, de tudo o que Lula falou hoje, só ficou na minha cabeça essa frase de como ele acha que pode acabar com a guerra da Ucrânia:
“Trump é amigo do Putin. Eu também sou amigo do Putin.
E se um homem pode muita coisa, dois amigos podem muito mais.
Nossa química pode ser levada pro Putin.”
Senhor!
Ah, essa daqui é boa também e dispensa comentários. O Trump ontem:
“Mudança climática é a maior farsa da História.”
O Lula hoje:
“Estou muito otimista com a participação dos Estados Unidos na questão climática.”
A propósito, vocês devem notar todos os dias como a Tixa está antenada no rolê. Não cantei a bola da Foz do Amazonas ontem? Hoje aconteceu o quê? O Ibama aprovou a avaliação pré-operacional conduzida pela Petrobras na região.
E o Alcolumbre fez o quê? Enviou uma nota para toda a imprensa dizendo que celebrou o avanço histórico no licenciamento ambiental para exploração na Foz do Amazonas.
Como diz o Lula, aguardemos a COP30 — vai ser a COP da verdade.
Para os perdidos. Não é Copa do Mundo, darling, é COP. Aquele encontro mundial de membros da ONU para discutir o clima. Vai ser climão.
A gente que lute, BRASEW. E vocês que voltem aqui amanhã.
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