Desde que Tarcísio se lançou candidato, com direito a slogan de "40 anos em 4" e tudo o mais, o governador parece que se perdeu no personagem. Começou a ser atacado pelos bolsonaristas fanáticos e começou a ser ridicularizado pela esquerda. Não deu conta. Começou a soltar bobagens para atrair o eleitorado bolsonarista, mas sem a competência de Bolsonaro. Por isso, já corre o papo de que vai ficar mesmo só na reeleição em São Paulo.


Para tentar lidar com as expectativas bolsonaristas, Tarcísio começou a fazer coisas como dizer que o Supremo é tirano. A mais nova do governador de São Paulo, que almeja um dia ser o Thor (já viu ele batendo o martelo nos leilões de privatização?), foi fazer piada sobre o caso do metanol que já matou várias pessoas. “No dia em que começarem a falsificar Coca-Cola, eu vou me preocupar... Ainda bem que ainda não chegaram nesse ponto. Coca-Cola, até aqui, não. E a minha é normal”. Oi???? O governador só está preocupado com o que ele bebe, o resto do povo que lute?

É aquele momento em que alguém devia dizer para o governador: só respira, Tarcísio.

Rateadas dão vantagem aos ratos

As rateadas de Tarcísio abriram caminho para que se começasse a falar de Ratinho como candidato da direita em 2026. Mas Ratinho, se quiser mesmo ser um candidato forte, precisa começar a ser testado no Nordeste, onde está o grande eleitorado de Lula.

E o Lula?

O Lula, no momento, está surfando uma onda mais do que boa com essa história do Trump, que agora diz que quer vir ao Brasil, que tem saudades do cafezinho brasileiro e essas coisas. Lula está tão de boas que vai até anunciar um novo programa de financiamento para compra de imóveis da classe média em São Paulo, na terra do Tarcísio.

Mas o presidente sabe que, até 2026, precisa manter a economia rodando forte. As indicações, no entanto, não são assim das melhores. Hoje mesmo saíram dados de uma pesquisa da Confederação do Comércio (CNC) que mostram que a inadimplência já bateu mais de 30% das famílias brasileiras. E o número de famílias que afirmam que não têm condições de pagar suas dívidas atingiu 13%, o maior percentual desde o início da série histórica, que começou em 2010. E ainda tem mais: quase metade das famílias inadimplentes estão nessa situação há 90 dias.

E alguém sabe explicar o rolê das bets?

Vai ter lobby bom assim lá na química dos Estados Unidos. As bets arrasam quando o assunto é lobby. Os parlamentares já deixaram claro que não vão deixar passar aumento de imposto para as bets. O Congresso está discutindo nesta semana a medida provisória do IOF (sim, isso ainda está na pauta). A medida está quase vencendo e o relator, um deputado do PT, para conseguir aprovar, retirou a parte que aumentava o imposto das bets de 12% para 18%. O presidente da Confederação Nacional da Indústria se indignou. E nem dá para dizer que ele está errado. Muito pelo contrário.

“Como podemos ser tão lenientes com as bets, tidas pela sociedade como uma grande mazela psicossocial? Toda e qualquer carga tributária que incide sobre o setor produtivo é transferida para o custo do produto, e quem paga é o consumidor”, disse Ricardo Alban, o presidente da CNI.

Haddad, nosso Fernandinho Cabelo, ministro da Fazenda, que está de novo em meio a negociações sobre esse rolê do IOF, disse que o importante é que o acordo com os parlamentares prevê que passe uma cobrança retroativa de 30% para as bets. Então é isso.

A MP do IOF, o imposto sobre operações financeiras, passou apertada na comissão mista e, até esta quarta-feira, precisa ser aprovada nos plenários da Câmara e do Senado. A medida é importante porque dá mais receita para o governo. O Centrão, sempre o Centrão, não queria que a medida provisória avançasse para não dar justamente mais dinheiro para o governo em ano de eleição.

E o Renanzito?

O projeto da redução do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil será um case a ser estudado na posteridade. Primeiro, o projeto ganhou a relatoria ilustre de Arthur Lira na Câmara dos Deputados. Lira conseguiu aprovar por unanimidade o projeto e, claro, conseguiu algumas boas vontades do governo Lula.

Mas eis que hoje, Davi Alcolumbre, a estrela mais alta do Senado, entrega a relatoria do projeto no Senado para Renan Calheiros. Lira deve estar irritadíssimo. Acaba de perder uma vantagem importante nas Alagoas. Renanzito e Arthurzito vão disputar as eleições ao Senado por Alagoas no ano que vem. A sorte deles é que 2026 vai permitir a eleição de dois senadores por estado.

O Lula diz que não está nem aí para o Centrão e que não vai implorar apoio. O petista disse que não fica "tentando comprar deputado" e quem quiser ir "para o outro lado, que vá". Ahã, claro, claro.

E o Fachin?

O Fachin ontem saiu dizendo que não vai deixar que emparedem o Judiciário com a reforma administrativa (obviamente ele usou palavras muito mais bonitas). Aí hoje resolveu que tinha que explicar e emitiu uma nota oficial (que precisa ser traduzida por algum bom GPT, porque não é fácil).

Basicamente, Fachin disse que defende remunerações justas (seja lá o que isso signifique), que a reforma tem que ser ampla e pegar Legislativo e Executivo também, e que não se pode eliminar algumas regras que blindam juízes de interferências externas.

Um juiz hoje não pode ser demitido, não pode ser transferido como punição e não pode ter seu salário reduzido, segundo ele. Fachin tem um ponto importante, é de fato importante que juízes e também servidores públicos fiquem imunes ao sabor de políticos que só querem manter privilégios e aí, se alguém não reza na cartilha, punem. Mas Fachin, meu querido, bora melhorar essa comunicação aí. Socorro, BRASEW.

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