Os supremos acordaram na quarta-feira decididos a decidir. Gilmar Mendes mudou o processo de impeachment dos supremos. Toffoli decidiu que só ele decide sobre as investigações do Master. Toffoli mandou fazer busca na vara que era do Moro. Xandão mandou prender o presidente da Alerj, que é aliado do governador do Rio. Jesus, Maria, José. Foi uma festa danada, como diria o Paulo Guedes. (E a gente tarda, mas não falha.)


Mas comecemos pela notícia mais quente do dia, fornecida pelo supremo Gilmar Mendes. Basicamente, o nosso supremo de além-mar decidiu que só o procurador-geral da República pode pedir impeachment dos supremos. Decidiu que agora são necessários 54 senadores para que haja um impeachment, e não mais 41 como antes. E estabeleceu que o mérito de decisões judiciais não pode ser considerado crime de responsabilidade. Só essas coisinhas básicas.

E o que isso significa, Brasew? Que o bolsonarismo vai precisar eleger muito mais senadores do que imaginava para tirar o Xandão do Supremo.

No dia 12 de dezembro, os outros supremos vão dizer se concordam ou não com essa interpretação de que a lei do impeachment fere a Constituição. Qual a chance de Gilmar perder? Ganha uma lagartixa quem acertar o placar.

Mas é bem verdade que o impeachment de ministros supremos estava prestes a virar a festa do caqui.

De qualquer forma, este é o carro da blindagem passando na sua rua. O Congresso não gostou nada disso. Logo eles, que tentaram a sua própria blindagem e não conseguiram?

O Alcolumbre, Davi Estrela-mor do Senado, ficou passado. Ele disse que isso representa uma “grave ofensa à separação dos Poderes”.

A vez do Xandão

Xandão mandou prender o presidente da Assembleia Legislativa do Rio, Rodrigo Bacellar, do União Brasil, que é aliado do Castro, o governador. Bacellar foi preso por suspeita de vazar informações sobre uma operação contra o deputado estadual conhecido como TH Jóias. E Xandão ainda mandou essa:

“Uma das principais características das organizações criminosas atuantes no estado do Rio de Janeiro, além do domínio territorial mediante uso da força e da capacidade de corromper agentes públicos e políticos em escala, é a infiltração política que tais grupos alcançaram nos últimos anos, seja na esfera municipal, estadual ou federal.”

A vez do Toffoli

E eis que o supremo Toffoli determinou hoje que ninguém pode investigar nada do Banco Master sem falar com ele. Alegou que é porque não se pode investigar ninguém com foro privilegiado nesse rolê sem a sua autorização.

A outra do Toffoli foi autorizar uma busca e apreensão na vara em que o Moro, o agora Serginho senador, trabalhava. Sim, darling, a vara da Lava Jato está sob investigação.

Então ficamos assim: o Gilmar Mendes blinda, o Xandão manda prender parte do centrão e o Toffoli manda não investigar parte do centrão sem falar com ele antes.

A gente que lute para entender o BRASEW.

Amanhã voltamos com nossa programação normal.


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