Era para ser dia de só se falar da Magnitsky ou da operação da Polícia Federal mexendo nas emendas do orçamento secreto. Mas eis que chega a notícia do Supremo Dias Toffoli proibindo a CPI do INSS de ter acesso aos dados da movimentação bancária, às trocas de mensagens e aos dados fiscais de Daniel Vorcaro. Ah, ok. Mas a decisão seguiu. Só uma pessoa no Congresso Nacional poderá ter acesso ao material. Quem? Quem? Quem? Davi Alcolumbre. Ah, não, cê não mandou essa, Toffoli!!!! Socorro, BRASEW!
Se você chegou agora aqui na Tixa e não está sabendo o que anda acontecendo com o Master, eu te conto. O banco do Daniel Vorcaro tem mil ligações com políticos do Centrão. Governos como o do Rio de Janeiro, Distrito Federal e Amapá, por exemplo, botaram um dinheirão nos fundos do banco ou no próprio banco. Mesmo depois de já se saber que a situação não era boa.
O do Rio investiu bilhões por meio da previdência dos servidores. O do Distrito Federal, uns R$ 12 bi por meio do BRB, em empréstimos que foram considerados fraudulentos. E o do Amapá, cerca de meio bilhão também pelo fundo de previdência. Ah, do Amapá foi pouco, né? Not. Proporcionalmente, o fundo do Amapá foi um dos que mais investiu no Vorcaro, digo, nos fundos do Vorcaro, digo, nos fundos do Master. E esses fundos são administrados pelos governos do Estado. E o governador do Amapá é aliado de quem? Sim, do Davi Alcolumbre.
Ahã. E ainda tem mais um detalhe: o irmão do Alcolumbre também é da administração do tal fundo. Mas, por decisão do Supremo Toffoli, somente Alcolumbre terá acesso ao sigilo bancário do Vorcaro.
A propósito, o Toffoli é aquele que estava num avião privado para assistir à final da Libertadores em Lima com um dos advogados de um dos presos na operação do caso Master. Sim, eu sei, darling, tô aqui te respondendo em voz alta enquanto escrevo.
E Toffoli nem é a ponta mais problemática na teia de aranha do Master. Descobriu-se agora, recentemente, que havia, em um dos celulares apreendidos na operação contra Vorcaro, um documento que apontava um contrato do banco Master com o escritório da esposa de Xandão. Um contrato de 36 meses que renderia R$ 129 milhões. Mas, até agora, Xandão ou a esposa não falaram sobre o caso. Vai que nem tem o contrato. Agora podemos ligar para o Alcolumbre e perguntar.
Para os perdidos: o Master está na CPI do INSS porque é um dos bancos líderes em reclamação de aposentados com créditos consignados.
Mas então vamos ao caso Magnitsky
Os Bolsonaros são esmagados por Trump
O que foi isso de o Trump tirar a Magnitsky do Xandão assim, de repente, não mais que de repente? (Mas a Tixa estava ligada, hein? Falamos disso na quarta.) A norma americana permite aplicar sanções a indivíduos ligados à corrupção ou violação dos direitos humanos. Basicamente, a pessoa fica sem acesso a qualquer cartão de crédito que tenha bandeiras de empresas americanas ou mesmo bancos que, de alguma forma, negociam com os EUA (todos?). Xandão e sua esposa estavam enquadrados no rolê e agora estão livres para gastar. E, a propósito, foi um presente de niver adiantado para o Xandão que apaga velinhas amanhã, dia 13 de dezembro.
O Dudu fez uma cartinha lamentando e, mesmo tendo tomado uma bem no meio da fuça, ainda elogiou o presidente americano.
O blogueiro Allan dos Santos, foragido nos EUA, fez um tuíte dizendo que a culpa era do PL da Dosimetria (aprovado pelos próprios bolsonaristas), que não dá anistia para ninguém e só confirma que os crimes foram crimes. É que um dos secretários do Departamento de Estado publicou ontem que o Brasil estava melhorando a democracia com a aprovação da redução de penas do caso do 8 de janeiro. Sim, BRASEW, o PL da dosimetria foi o fato político usado como desculpa por gente do governo Trump para meio que explicar por que Xandão podia ficar de fora da Magnitsky. E a lei nem foi aprovada no Senado ainda.
Mas o melhor mesmo foi o Flavitcho Bolsonaro, que deve ter fumado um maço de brócolis e escreveu que a decisão do Trump era uma vitória para a direita, porque era um gesto gigantesco para incentivar que o Brasil aprove a anistia na semana que vem. Oi? Esse é o filho que quer ser presidente?
“Então eu fiquei muito feliz com essa notícia. Esperamos que não existam vaidades, esperamos que exista responsabilidade, para que possamos resolver os nossos próprios problemas aqui no Brasil. E começar finalmente a retomar alguma normalidade institucional e democrática em nosso país.”
Quem está feliz mesmo, Flavitcho, é o Lula com a lambança que os próprios Bolsonaros fizeram e que beneficia sua candidatura para 2026.
Lula abraçou a bandeira do Brasil enquanto os Bolsonaros abraçavam a bandeira americana. Resolveu a questão das tarifas com Trump enquanto Dudu vibrava que o Brasil sofria com as tarifas. Lula foi lá e pediu para tirar o Xandão da listinha da lei do céu de Magnit e conseguiu. E agora ainda é o melhor amigo do Laranja. (Fora que está com o Congresso na mão com essa história de Master e Vorcaro e Refit e PCC na Faria Lima e emendas do Orçamento Secreto. Aff.)
E as tretas das emendas
E a Polícia Federal bateu hoje na porta da Câmara dos Deputados para fazer busca e apreensão nas salas da assessoria especial da Presidência da Câmara e no gabinete da liderança do PP. Tudo com autorização do Supremo Dino. A polícia foi lá atrás da secretária da presidência, de apelido Tuca, que era a pessoa que, durante a presidência de Lira — sim, nosso Arthurzito —, liberava bilhões em emendas para todo mundo, com destino e sem remetente. O Supremo Dino diz que, supostamente, ela atuava a mando de Lira. No pedido feito pela PF foram anexados depoimentos de vários parlamentares que ligam Lira ao esquema.
Esse era aquele orçamento secreto em que se pegava dinheiro do orçamento público para que parlamentares usassem sabe Deus para quê.
Deputados e um senador relataram à PF um suposto esquema de direcionamento de emendas, com pressão política e planilhas sem identificação que concentravam decisões sobre bilhões em recursos.
O deputado José Rocha (União Brasil da Bahia) disse ter recebido documentos prontos indicando R$ 1,125 bilhão em emendas, sem autoria ou detalhamento, e que reteve parte após identificar valores suspeitos. A retenção teria gerado um singelo telefonema de Arthur Lira dizendo que ele estava atrapalhando as coisas e poderia perder a comissão, segundo o próprio Rocha.
A chapa do Lira esquentou, BRASEW.
Nos preparemos para a última semana antes do recesso. Lá vamos nós.
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