O Supremo partiu para o ataque. Na mesma segunda-feira em que o jornal The Washington Post publicou uma imensa reportagem sobre Xandão, em que ele diz que não vai recuar nem um milímetro, o supremo Dino usou uma manobra jurídica para avisar que empresas podem ser punidas no Brasil caso apliquem sanções contra Xandão (por conta da sanção do Trump com a Lei Magnitsky). A embaixada americana reagiu: Xandão é tóxico. Se segura, BRASEW, que a verdadeira guerra das estrelas começou.

Pensamento aleatório. Pensar que o Elon Musk já chamou Xandão de Darth Vader. Talvez tenha esquecido que o Darth Vader era o verdadeiro equilíbrio da Força na guerra entre o bem e o mal. Aff.

Xandão estava todo trabalhado no modo guerreiro galáctico na extensa reportagem que o Washington Post publicou sobre o ministro supremo. O título já dizia: o juiz que se recusa a fazer a vontade de Trump. O texto ainda dizia que Xandão era o juiz que calou a principal voz da direita brasileira.

Como todos sabem, Trump quer que Xandão libere Bolsonaro sem julgamento. Xandão disse ao jornal americano que vai julgar, e se tiver que condenar, vai condenar; e se tiver que absolver, vai absolver. (Ganha uma lagartixa quem apostar qual vai ser a decisão. Só não vale o povo do TST, que é leitor da Tixa e já ganhou lagartixa outro dia).

Nunca vi rastro de cobra

Na esteira dessa briga, quem se complicou mesmo foram os bancos. Estou quase com dó. Explico.

O supremo Dino aproveitou que estava julgando hoje uma questão de um processo movido por vítimas da barragem de Brumadinho, na Inglaterra, para dizer que, aqui no Brasil, está proibido aplicar sentenças judiciais e leis estrangeiras que não estejam validadas pela Justiça brasileira ou por acordos internacionais.

O que isso significa? Que a Lei Magnitsky não se aplicaria no Brasil e, assim, o Xandão não sofreria consequências da sanção do Trump por aqui. Dino mandou, inclusive, notificar a federação dos bancos sobre a decisão.

Acontece que, de fato, a lei não se aplica no Brasil, mas ela se aplica a todo mundo que atua em solo americano ou tem negócios por lá. Significa? Significa que, se os bancos descumprirem a lei americana, podem ser punidos nos EUA, sofrer sanções, não poder mais fazer negócios lá, essas coisas. Mas, se aplicarem sanções no Brasil em desrespeito às leis brasileiras, também podem ser punidos por aqui, só que pelo Supremo. Famoso “se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”. Beijo, Ney. (Viu? Quase de dar dó dos bancos, né?)

Não podemos esquecer que já se espera que mais gente entre na Magnitsky.

Lá vai o Bolsonaro

E os bolsonaristas saíram em comemoração com a escolha da data de 2 de setembro para o início do julgamento do Bolsonaro. Why? Porque daí eles podem fazer manifestações gigantes no 7 de setembro. Os supremos sopraram para a imprensa, por meio de sopradores, que não estão nem aí, e a data foi escolhida para que Bolsonaro tenha uma sentença ainda neste ano e, assim, se distancie do processo eleitoral.

Tudo isso começou com a história de que o Fux pode pedir vista do processo. O juiz que pede vista (na prática, é um pedido do ministro para ler e pensar mais um pouco para poder decidir) precisa entregar seu voto em 90 dias. Assim, mesmo se Fux pedir vista, ainda daria tempo de terminar o julgamento neste ano. Mas, por certo, nem Cármen Lúcia, nem Dino, nem Zanin podem pedir vista (ninguém acredita que eles fariam isso).

Para que mulheres votarem?

E eu que fiquei sabendo hoje que, na semana passada, o secretário de Defesa de Trump, Peter Hegseth, publicou nas redes sociais um vídeo com pastores defendendo voto familiar nas eleições. Leia-se: o chefe da família, homem, é quem vota. Se-nhor!!!!

E Trump hoje disse que vai acabar com o voto pelo correio para as próximas eleições (tenho que concordar que acho esquisitérrimo, mas quem sou eu na fila do pão da eleição americana, né?) e com o voto eletrônico (alguns estados têm urnas eletrônicas).

Trump está fazendo a maior manobra para não perder as eleições do Congresso no ano que vem. Tem estado, como o Texas, mudando até rolê distrital para que mais deputados republicanos sejam eleitos.

Menage à trois

Por falar em Trump, o sancionador-geral das Galáxias agora quer a paz mundial na Rússia. Se encontrou com Putin na sexta e hoje com Zelensky (e mais um monte de líderes europeus). No fim das contas, o que entendi do rolê é que eles precisam fazer uma reunião com Trump, Putin e Zelensky para chegar a um acordo. Os Estados Unidos até se dispuseram a dar alguma segurança para a Ucrânia, mas Trump parece mais do lado do Putin, defendendo que a Ucrânia entregue uma parte do território. E também não rolou com Putin o lance de cessar-fogo.

Adeus sonho do Pacheco

E o supremo-mor, Luís Roberto Barroso, garantiu que não vai se aposentar antes do tempo. Ele disse que está feliz da vida. Claro, claro. (Barroso perdeu o visto para os Estados Unidos, onde ia com frequência palestrar, e seu filho, que é diretor da filial do BTG em Miami – sim, o banco do Andrezito –, nem pôde voltar para o país para trabalhar). Jogou água nos sonhos de Rodrigo Pacheco, que quer porque quer ser ministro supremo. Vai restar concorrer ao governo de Minas.

Oi, Tarcísio

Por falar em governador, adoro as falas do Tarcísio. A mais nova dele é que o Brasil deveria dar algumas vitórias para Trump na negociação do tarifaço. Ahã, claro. Essa vitória seria o quê, governador? O Xandão liberar Bolsonaro?

Oi, ratos

E o Carluxo chamou os governadores da direita de ratos que só querem ganhar com Bolsonaro, mas nem ligam para o capitão que está preso e doente. Caiado e Zema se manifestaram e disseram que entendem a dor de um filho. Ratinho não se manifestou, porque, né? Já é um ratinho, então nem deve ter se ofendido. E o Tarcísio, como já disse, quer que o Lula dê uma vitória para o Trump, mas não sabemos que vitória seria essa.

Oi, Lobão

Por falar em Caiado, que é o governador de Goiás, eis que ele deu o ar da graça na festinha de níver da esposa do supremo Gilmar Mendes. O povo das redes não curtiu muito. Mas me impressionei com um nome na lista divulgada de quem compareceu: Edison Lobão. Gente, ressuscitaram o Lobão. Ele nunca mais tinha aparecido por aí. Ele já foi senador e também ministro das Minas e Energia.

É isso, BRASEW. Já estou entregando essa newsletter atrasada para o editor. Te vejo amanhã.


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