Haddad, nosso Fernandinho Cabelo, resumiu em duas frases, de maneira esplendorosa, como o governo Lula está perdidinho da Silva. “Eu saí de lá crente que nós tínhamos chegado a um baita de um acordo. E isso não se traduziu naquilo que imaginamos.” É praticamente uma denúncia, BRASEW. Haddad se referia ao acordo fechado com Hugo Motta sobre o caso das contas públicas que resultou em um novo decreto sobre o IOF (derrubado ontem com pompa e circunstância).
A fala de Haddad foi registrada na manhã desta quinta-feira, em entrevista à Folha. Haddad deu mais provas de como o governo realmente está perdido ao lidar com o Congresso:
“Saí de lá imaginando que estava tudo bem. Não só eu, todo mundo. Eu não sei o que mudou. Eu não consigo... O que mudou daquele domingo para hoje?”
Diga-se de passagem que, daquele domingo para hoje, passaram-se 20 dias. Haddad, companheiro, em 20 dias tudo pode mudar (tivemos até uma guerra de 12 dias no mundo).
O que aconteceu é que Hugo Motta, nosso Huguito da Câmara Frigorífica, tomou um uísque no gargalo no fim de semana e chegou na terça à noite avisando que ia votar o projeto que derrubava o decreto do Haddad sem falar antes com o companheiro Lula. O governo chegou a liberar um bilhão de reais em emendas para tentar segurar votos. Não conseguiu.
Haddad contou que Gleisi ligou para Huguito e viu que era isso mesmo. Eles iam votar.
Agora a discussão é se o governo manda o caso para o Supremo. Eu aposto duas mosquinhas que os supremos devem estar neste momento acendendo velas para que não tenham que decidir nada disso. Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come, já cantou Ney Matogrosso. Ou o Supremo se desgasta com o governo Lula, ou se desgasta com o Congresso. Já basta que o Supremo Dino está lá lidando com as emendas parlamentares (e tem audiência nesta sexta).
O advogado-geral da União já disse que quem vai decidir se leva o caso para o Supremo é ele.
Pior de tudo é que o discurso do Haddad é pop
“O que nós estamos defendendo de tão grave? Nós estamos defendendo que o rico que não paga imposto passe a pagar. Eu não considero normal um dos dez países mais desiguais do mundo aceitar que quem tem mais de R$ 1 milhão de renda anual pague uma alíquota de Imposto de Renda de 2,5%, em média, quando a professora da escola pública paga 10%.”
Ele ainda disse:
“Quem está condoído, quem faz propaganda contra são os 140 mil (os ricos e famosos). Eu estou tranquilo em relação a isso, porque eu sou ministro da Fazenda para enfrentar os 140 mil. Eu estou aqui para fazer justiça tributária. Se a turma da Faria Lima está incomodada, tudo bem.”
Mas por que o discurso não cola com a população? Por que não há pressão sobre os deputados? O brasileiro está sabendo disso? Aí está um governo que não fala com a população — e o Congresso sabe disso, BRASEW.
Centrão já se mexe
E o Centrão já está se precavendo de outra possível medida que Haddad pode tomar para tentar segurar as contas públicas: reduzir os benefícios fiscais. As lideranças do Centrão protocolaram um pedido de urgência para um projeto do Senado que estabelece critérios para concessão e revisão de incentivos fiscais.
Uma última do Haddad
Nosso Fernandinho estava num momento sincerão. Eis o que ele disse sobre como Lula não vai chegar favorito, mas competitivo, em 2026:
“Competitivo porque, na minha opinião, o que conta para o incumbente é chegar competitivo. Eu disse isso do Bolsonaro também, quando todo mundo [dizia] ‘o Bolsonaro acabou’, eu falei: ‘Não, apesar de tudo que ele está fazendo contra o país, ele vai chegar competitivo.’”
Bolsonaro chegou competitivo e perdeu.
E teve decisão sobre as redes
Eis o que o Supremo decidiu por consenso (entre todos os supremos) sobre o que as redes sociais serão responsáveis aqui no Brasil.
Para você entender, darling, antes as redes sociais só precisavam se coçar para derrubar algum post criminoso se houvesse uma decisão judicial mandando fazer isso.
Agora, conforme decidiram os supremos, elas são responsáveis por derrubar qualquer postagem criminosa se forem apenas notificadas, ou seja, não precisa mais haver uma decisão judicial para isso. A exceção fica por conta de crimes contra a honra. Para esses casos, ainda é preciso que haja uma decisão da Justiça obrigando as redes a tirarem a postagem do ar. Tixa do céu, então por enquanto ainda está liberado chamar o amiguinho de FDP? Não me comprometa, darling.
As redes sociais devem atuar para impedir a circulação de condutas e atos antidemocráticos, terrorismo, instigação ao suicídio e discriminação em razão de raça, cor, etnia, religião, procedência nacional, sexualidade ou identidade de gênero, pornografia infantil e crimes graves contra crianças e adolescentes.
Barroso resumiu:
“O algoritmo tem que ser programado para evitar.”
As plataformas precisam constituir e manter sede e representante no Brasil. Com contatos acessíveis. E elas devem gerar "relatórios de transparência, monitoramento e gestão dos riscos sistêmicos".
E os supremos ainda fizeram um apelo para que o Congresso legisle sobre o assunto. Claro, claro.
É sempre bom lembrar que o Supremo tomou a decisão porque o Congresso simplesmente não decide sobre a regulação das redes. Ficaram na briga pela liberdade de expressão e deixaram o crime correr solto.
Tabata, o amor e as bets
E a Tabata que fez uma postagem criticando fortemente a Prefeitura de São Paulo por aceitar patrocínio de bet. Aí apagou o post. Seu namorado, João Campos, é prefeito de Recife — e a prefeitura tem patrocínio de quem? De bets. Aí depois a Tabata republicou a crítica, mas não tão agressiva. Não sabemos se foi porque a imprensa a procurou.
Xandão na berlinda
Os juristas estão reclamando que o supremo Xandão tenha impedido a gravação da acareação no processo do golpe. Cadê a publicidade que o Supremo tanto preza?

E o MBL conseguiu
Bolsonaro tentou e não conseguiu nem de longe fazer um partido. Mas o MBL conseguiu. Atingiu o número de assinaturas na tarde desta quinta. Vem aí o Missão, BRASEW. Esse povo podia achar uns nomes melhores, não?
Chega que eu já vou, porque parece que o ditador da Coreia do Norte vai fazer um resort da alegria mega luxuoso, e vai ser um sucesso porque agora o IOF está baratinho.
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